Page 27 - 105

This is a SEO version of 105. Click here to view full version

« Previous Page Table of Contents Next Page »
27
Construção civil em franca expansão
Com incentivos e subsídios dados pelo governo federal, além das metas de habitação para as famílias com
renda até 10 salários mínimos, o setor deverá apresentar expansão próxima de 10% em 2010.
O setor de construção civil passou por trans-
formações signifcativas nos últimos anos. Em
2005, o setor enfrentava umcenário de estagna-
ção, porém era o início da retomada das ativida-
des até a chegada de 2008, comperspectivas de
consolidaçãodas empresas e avanços signifcati-
vos em todos os seus segmentos.
Apesar de a crise fnanceira estancar o principal
indutor de crescimentoparao setor –o crédito–,
passados algunsmeses e commedidas governa-
mentais como forma de atenuar os fortes efeitos
da crise internacional, como medidas de deso-
neração fscal, ampliação dos bancos públicos
na participação do crédito, além de programas
pontuais para o setor de construção civil, o setor
contribuiu para, ao longo de 2009, a economia
brasileira retornar à rotadecrescimento,gerando
empregos,retomandoaconfançaemelhorando
as expectativas para os anos seguintes.
O ano de 2009 representou de fato a recupera-
ção para um novo ciclo de crescimento para o
setor, com a retomada do crédito, recuperação
da confança das famílias e do empresariado,
medidas anticíclicas de ordem fscal e monetá-
ria implementadas pelo governo federal. Neste
sentido, o ponto de infexão se deu a partir do
3º trimestre/09, mas em termos anuais esta
melhora só se consumou de fato no último tri-
mestre de 2009.
Demonstrando o vigor dessa guinada ao cres-
cimento, no 1º trimestre/09 em relação ao mes-
mo trimestre do ano anterior houve retração
de 9,1%, de modo que no último trimestre de
2009, namesma base de comparação, o setor já
apresentava crescimento de 2,4%. Porém, ainda
assim a construção civil apresentou decréscimo
de -6,3% em 2009, contra uma retração do PIB
brasileiro de -0,2%.
Vale ressaltar o papel do crédito nos anos recen-
tes, que apesar de sua relevância para todos os
segmentos da construção civil,quemmais se be-
nefciou foi o segmento imobiliário. Entre 2005
e 2009, o avanço no crédito para aquisição de
imóvel foi de 910 %, atingindo R$ 20,2 bilhões,
enquanto na construção o incremento foi de
391%e R$ 13,7 bilhões, lembrando ainda os re-
cursos provenientes do FGTS de R$ 15,7 bilhões.
Em resumo, com os incentivos e subsídios da-
dos pelo governo federal, além das metas de
habitação para as famílias com renda até 10
salários mínimos, o setor deverá apresentar ex-
pansão próxima de 10% em 2010. Tal cenário
já contempla a elevação da taxa Selic para o
patamar de 11,75% até o fnal de 2010 que,
mesmo encarecendo o crédito, não deverá ter
efeito signifcativo quanto ao arrefecimento da
demanda no setor imobiliário em decorrência,
principalmente, da diluição desse aumento de
custo em um número grande de parcelas (360
meses ou 30 anos).
Governo é otimista com setor da construção civil
Boas perspectivas para o setor em 2010 levaram o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a mostrar otimismo
em encontro com representantes da cadeia da construção civil, no mês de abril.
Em abril, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, participou de um encontro com representantes das principais entidades da construção civil em São Paulo,
quando se mostrou bastante otimista com o setor, em função dos resultados das ações tomadas pelo governo e da reação do setor privado, da sociedade e
do mercado. “Estamos com um boom da construção e há muito tempo isso não acontece no Brasil.As perspectivas são excelentes”, afrmou, ressaltando
que 2010 será o melhor ano da economia do Brasil.
As associações de classe asseguram que as empresas têm capacidade de suportar o crescimento, e que já estão e continuarão a investir para isso, inclusive
aumentando a sua capacidade produtiva. Para estimular o crescimento, foi apresentado ao ministro um estudo da FGV, encomendado pelaAbramat, sobre
o impacto positivo da redução do IPI demateriais da construção, solicitando umapoio para que essamedida se torne permanente.Oministro sensibilizou-se
com os benefícios trazidos por essa redução e prometeu avaliar a reivindicação com cuidado.
A cadeia da construção também revelou a Mantega a sua preocupação com a qualidade da mão de obra. “Mostramos a ele aquilo que já vem sendo feito
pelo setor em termos de capacitação, destacando a necessidade de recursos para ampliar o alcance dessas ações,” relata Dílson Ferreira, presidente-execu-
tivo daAbrafati.“Lembramos também que o trabalho desenvolvido no âmbito do PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat) e
dos diversos Programas Setoriais da Qualidade tem contribuído para o crescimento do setor e continuará a ser um fator primordial nesse processo”. Outro
aspecto destacado como fundamental para o futuro foi a sustentabilidade, em que a cadeia da construção já vem investindo.
“Oministromostroumuito interesse pelas realizações do setor emanteve-se aberto ao diálogo e ao desenvolvimento de trabalhos em conjunto. Essa émais
uma demonstração da importância que o governo atribui à construção no desenvolvimento do País”, fnalizou Dílson Ferreira.