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Mercado interno da indústria de materiais
de construção permanece otimista
Expectativa sobre as ações do governo para o desenvolvimento do setor no médio prazo também segue positiva
O Termômetro Abramat de novembro aponta que o setor da construção
civil segue otimista no mercado interno. Entre as empresas consultadas
em novembro, 69% afirmaram estar otimistas em relação ao desempe-
nho do setor. Para dezembro, o otimismo reduz para 54%.
“O otimismo do setor, no mercado interno, mantém-se alto, baseado no
tradicional aumento nas vendas do comércio no final do ano”, avaliaWal-
ter Cover, presidente da associação.
Em novembro, 72% das indústrias de materiais afirmaram que
pretendem investir nos próximos 12 meses. Em igual período do
ano passado (nov/10) a pretensão era de 76%.
Em outubro, 38% das empresas consultadas tinham boas expecta-
tivas com relação às ações governamentais para o setor nos próxi-
mos 12 meses, já no mês de novembro, essa expectativa aumentou
para 44%.
Vendas de material de construção sobem 4% em novembro
Na comparação novembro de 2011 sobre novembro de 2010 as vendas ficaram em 3,5%
As vendas do varejo de material de cons-
trução tiveram alta de 4% em novembro
na comparação com o mês de outubro,
segundo levantamento da Associação Na-
cional dos Comerciantes de Material de
Construção (Anamaco), realizado pelo Ibo-
pe. “Com este crescimento, retomamos os
números de maio/junho deste ano, ainda
abaixo dos meses de julho/agosto/setem-
bro e bem abaixo do primeiro trimestre do
ano”, explica o presidente da Anamaco,
Cláudio Conz.
 Na comparação, novembro de 2011
sobre novembro de 2010 as vendas fi-
caram em 3,5%. Já no comparativo dos
últimos 12 meses o varejo apresentou
crescimento ligeiramente maior (2,5%),
sendo que nos últimos 12 meses de 2011
o índice está em 4%. Um dos destaques
do mês foi o setor de argamassas, que
cresceu 6,7%, seguido do de metais
(6%), e interruptores e tomadas (1,6%).
O destaque negativo ficou para tubos e
conexões de PVC que teve um desempe-
nho estável na comparação com outubro.
Segundo o presidente da Anamaco, a res-
trição do crédito ao consumidor é o maior
motivo para a desaceleração das vendas
do setor. “Os bancos médios que atuavam
no setor desapareceram e, durante todo o
ano, os recursos do FGTS para financiar
material de construção via Caixa Econô-
mica Federal foram pífios. Além disso, os
bancos grandes deram pouca atenção
para esta carteira de empréstimos, ape-
sar de seu baixo grau de inadimplência”,
explica Conz.
Conz também afirma que as medidas eco-
nômicas tomadas em abril pelo governo
estão sendo sentidas até agora. “Estamos
sentindo as consequências das medidas
econômicas que o governo tomou em abril
e que infelizmente afetaram o acesso ao
crédito no País. Se em dezembro o nosso
desempenho repetir o de novembro, va-
mos fechar o ano de 2011 com um cresci-
mento de 4,5%, o que não é ideal, mas é
bem relevante se lembrarmos que estamos
vindo de uma série histórica de crescimen-
to nos últimos 10 anos”, completa.
O presidente da Anamaco, que participou
de reunião com o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, em São Paulo, disse que
o ministro reafirmou a disposição do go-
verno em reverter a curva de desempenho
que o varejo vem apresentando. “Ele disse
que o governo vai tomar as medidas ne-
cessárias para uma maior liberação do cré-
dito, reduzindo seu custo, que ficou muito
elevado após as medidas tomadas em abril
deste ano”, declarou Conz.
Apesar dos contratempos, o setor se man-
tém otimista em relação a 2012. “A massa
salarial e o emprego tendem a aumentar
mais neste período. Se somarmos a isso
uma maior disponibilidade de crédito, po-
demos chegar a um crescimento superior a
5% em 2012”, finaliza Conz.
Em 2010, o varejo de material de constru-
ção teve um desempenho 10,6% superior
a 2009, atingindo faturamento recorde de
R$ 49,80 bilhões.