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Unidos já têm uma dominante parcela do
mercado trabalhando exclusivamente com
produtos de baixo ou zero VOC. Há 20 anos
esses mercados começaram de forma bem
discreta a lançar produtos com menos emis-
sões de agentes poluidores aomeio ambiente,
e motivados pela legislação ambiental e pela
aceitação dos consumidores, os produtos co-
meçaram a ganhar mercado. Com a introdu-
ção de novas leis ambientais cada vez mais
exigentes, os produtores de tinta já estão se
preparando para lançar produtos que cum-
pram com essas novas legislações”, afirma.
“Com o surgimento das tintas de baixo odor
e baixoVOC, os pintores ganharam uma nova
opção para oferecer aos seus clientes, garan-
tindo, mais rapidamente, um ambiente dispo-
nível para o uso e livre do perigo de alergias
e irritações nos olhos e nariz. Felizmente, a
tecnologia faz com que seja possível formular
tintas que tenham a mesma qualidade das
tintas convencionais, sem precisar do solvente
para a formação da película”, destaca o dire-
tor da Irajá.
Segundo Mário Lavacca, gerente de produto
da Suvinil, é perceptível a evolução do mer-
cado de tintas brasileiro, a qual resulta em
crescente demanda do público por orientação
e esclarecimento técnico, o que o torna mais
exigente e atento.“Ao longo dos anos, o tema
sustentabilidade tem se fortalecido cada vez
mais no Brasil e, consequentemente, a indús-
tria de tintas vem buscando reduzir a geração
de VOC, investindo de maneira massiva em
pesquisa e desenvolvimento de tecnologias
e soluções voltadas à diminuição do uso de
solventes orgânicos em tintas. Essas ações es-
tão diretamente ligadas ao desenvolvimento
sustentável, que é um dos valores da BASF”,
garante.
Fabrício Rodrigues Pereira, técnico de pesqui-
sa e desenvolvimento da Argalit, ressalta que
o desenvolvimento sustentável tem crescido
de forma exponencial no mercado mundial,
onde já existem órgãos regulamen-
tadores para essa linha de produtos
ecológicos do ramo de tintas e re-
vestimentos. “No Brasil, ainda não
há um órgão que diga qual a con-
centração do VOC para determinar
se uma tinta é ou não considerada
livre de VOC, todavia, é necessário
entender que aqueles produtos com
baixo nível de VOC sem dúvidas te-
rãomais prestígio e a preferência dos
consumidores”, expõe.
“O Brasil ainda está engatinhando
perante os países desenvolvidos no
que tange a tintas ecológicas, e esses
produtos têm altíssima preferência
entre os consumidores por possuir
baixo odor ou não apresentarem
cheiro, menos prejudiciais à saúde e
com grande facilidade de manuseio
e limpeza de equipamentos. Alguns esmaltes
sintéticos para pintura de madeiras e metais,
por exemplo, em alguns países, já são com-
pletamente substituídos pelos esmaltes base
água. No entanto, no mercado nacional existe
muita resistência à migração dessa tecnologia
para sistemas de esmaltes que visam preser-
vação ecológica”, detalha Pereira.
Segundo ele, em alguns países da Europa,
por exemplo, a concentração máxima de VOC
permitida para as tintas sintéticas considera-
das livres de VOC está em torno de 0,1%. No
mercado nacional utiliza-se em média de 2%
a 3 % desses compostos, o que mostra uma
diferença extremamente grande em relação
aos produtos livres de VOC. “O que tem im-
pactado no altoVOC dessas tintas é, principal-
mente, a utilização de altas concentrações de
solventes e derivados de petróleo. Com isso,
nota-se que há ainda uma grande distância a
ser percorrida no mercado nacional de tintas
para chegar aos produtos livres de compostos
orgânicos voláteis. Ainda é muito incompatí-
vel com o mercado, que não tem plena capa-
cidade de absorver essa evolução nos custos”,
completa o técnico daArgalit.
Na opinião de Irene, da AkzoNobel, a partici-
pação dos produtos de baixoVOC no mercado
de tintas brasileiro ainda é pequena, pois, além
de ser um tema relativamente novo, trata-se
de ummercado tradicional e que se movimen-
ta de forma um pouco mais lenta em relação
a temas inovadores e sustentáveis: “Quando
consumidores e pintores têm conhecimento de
um produto mais tecnológico, onde percebem
o beneficio e, ainda, com oportunidade de tes-
tá-lo e experimentá-lo, eles aceitam e tendem
a migrar para as novas tecnologias.”
Gerard Felipe Szupszynski, gerente nacional de
vendas da Liko, explica que existe uma tendên-
cia de consumo por produtos mais ecológicos
e a exigência vemaumentando no Brasil muito