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“Ainda há um grande desconhecimento técnico de questões refe-
rentes à impermeabilização por parte da indústria da construção
civil, tanto de técnicos como de consumidores finais. Para se ter uma
ideia, não existe uma disciplina de impermeabilização nas escolas
de engenharia e arquitetura do Brasil, o que contribui para o surgi-
mento de produtos e serviços de impermeabilização que não aten-
dem aos requisitos mínimos da norma, acarretando distorções na
oferta, tanto de fabricantes como de aplicadores, e em potenciais
danos aos consumidores finais”, detalha Silva, ressaltando ainda
que, para eliminar essa prática no mercado, é necessária uma rígi-
da fiscalização, além de investimento do Instituto Brasileiro de Im-
permeabilização (IBI), na divulgação de informações técnicas sobre
impermeabilização, através da organização de seminários abertos a
profissionais da área e público interessado, campanhas educativas
em revistas e palestras em associações e universidades. “O consu-
midor esclarecido sabe os riscos que corre com produtos e serviços
deficientes de impermeabilização; exige qualidade, o que elimina
a oferta de produtos fora das normas técnicas”, destaca o coor-
denador da Sika.
Para Flávio de Camargo, gerente técnico da Denver, o conceito de
impermeabilização tem melhorado bastante no País. Os técnicos,
empreiteiros e executores de obra estão mais informados e com
maior preocupação com a impermeabilização das obras: “Porém,
ainda há muito desconhecimento quanto aos tipos e funções de
cada produto, assim como das áreas que precisam ser impermea-
bilizadas. Estes, atualmente, são os principais pontos que temos de
informar o cliente para que ele não venha a utilizar o produto errado
ou deixe de impermeabilizar alguma área, ou até mesmo executar o
serviço de forma incorreta e, depois, por conta de problemas, venha
desacreditar da impermeabilização como um todo”, aponta.
Neste contexto, Álvaro Magalhães, técnico químico da Selamix,
acredita que é sensível a melhoria nos sistemas de impermeabi-
lização nos últimos anos no Brasil: “Hoje, praticamente todos os
profissionais da construção civil sentem a necessidade de imperme-
abilizar uma obra, embora falte ao mercado mão de obra treinada
para sua execução. ”Na opinião de Valter Bispo, gerente de marke-
ting da Qualyvinil, há uma conscientização cada vez maior sobre
a importância da impermeabilização em obras civis no Brasil. “A
avaliação da relação do custo benefício dos materiais de construção
utilizados na obra, que antes era uma preocupação isolada dos es-
pecificadores (engenheiros, arquitetos, construtores especializados),
passou a ser também dos consumidores, que realizam as chamadas
construções autogeridas, decisão que terá impacto direto no bolso
de quem constrói. Como tudo em construção civil, os sistemas de
impermeabilização também devem ser planejados com o objetivo
de reduzir o custo e aumentar a eficiência.”
Alex Mineto, gerente técnico da Hydronorth, aponta que o merca-
do está cada vez mais preocupado em evitar com que a umidade
venha atrapalhar a construção e, com isso, busca produtos que não
permitam a entrada de água. “Outro aspecto é a confecção do pro-
jeto, onde a resina impermeabilizante consegue diminuir  a absor-
ção de água e o telhado fica muito mais leve e, consequentemente,
com menor uso de ferro, concreto ou madeira na estrutura inicial.
Uma telha, em média, pesa 2,1kg (cerâmica), e quando recebe a
chuva e não está impermeabilizada, absorve em média 70% de
água, chegando a 3,57kg.”  
Segundo Luciano Landa, coordenador de marketing da Ceramfix,
tem havido uma certa melhora no segmento de impermeabilizantes.
“Percebemos que há um certo grau de conscientização nos grandes
centros. Muitas obras estão incorporando a compra de impermeabi-
lizantes já no início da construção, pois é sabido que a prevenção é
muito mais barata do que a correção de um problema de infiltração.