Revista Paint & Pintura - Edição 233

DISPERSÕES PIGMENTÁRIAS 22 | PAINT&PINTURA | Junho 2018 tinta, se tivessem a dispersão pronta em casa. Outro fator pre- ponderante é a perda. Quando se usa a dispersão pronta, se usa todo o produto. Agora, a grandemaioria das indústrias de tintas não está preparada para lidar com pó. E a sujeira que um pigmento em pó pode fazer é inacreditável e cara.” Macedo conta ainda que outro fator é a salubridade, já que os pig- mentos empó podem ser inalados pelos colaboradores. “Um fator muito importante é que a grande maioria das empresas não tira o máximo proveito do rendimento de cor que um pigmento em pó tem, pois não estão preparados para fazer a moagem completa, ou seja, acabam desperdiçando pigmento em pó. Nós temos in- contáveis casos de clientes que quando mudaram para dispersões prontas de mercado passaram a comprar uma quantidade menor de pigmento do que na época que compravam na forma em pó. Fabricantes de dispersões pigmen- tárias sabem tirar omáximo poder tintorial dos pigmentos. E isso não é algo simples e exigiria muitos investimentos das indústrias de tintas.” Já na opinião deMichael Venturini, diretor de marketing - Coatings da Sun Chemical, pela perspectiva financeira, comprar dispersões per- mite que as empresas evitemo sig- nificativo dispêndio de capital para adicionar ou substituir equipamen- tos antigos. “Esse capital pode ser usado para expandir novas áreas. Tambémhá economia dos recursos de pesquisa & desenvolvimento, e custos que agora podem ser focados no desenvolvimento de revestimentos. Do ponto de vista da fabricação, as dis- persões oferecempequena flexibilidade de lote, tempo de resposta rápido e consistência de cor aprimorada, e ainda evitammudanças de cores nosmoinhos, tarefa complicada e que demandamuito tempo.” Para Gisele Ferreira, gerente nacional de vendas da Chromaflo, há uma tendência crescente no uso das dispersões de pig- mentos para omercado de tintas. “Esse mercado evoluiu significativamente nos últimos anos. Como uso das dispersões pigmentárias, os fabricantes de tintas focam seus esforços na produção de bases, ou seja, os grandes volumes, aumentando assim a capacidade pro- dutiva da sua indústria. Assim, adquirir os pigmentos já dispersos e prontos para serem adicionados na formulação das tintas é um grande atrativo para as indústrias, que deixaram de se preocu- par com essa etapa do processo e com elevados investimentos nessa área; além de oferecer diversas vantagens, como a eliminação do processo de produção, maior variedade de cores disponíveis para o mercado, além de reduzir a diferença das cores entre lotes produzidos, prazo de entrega, estoque de matéria-prima, aumentar da capaci- dade produtiva e aprimorar o processo de fabricação de cores, com a fábrica mais limpa.” DESAFIOS DO SETOR Apesar de ser um sistema com diversos benefícios e vantagens, o segmento de dispersões pigmentárias também tem seus desafios. “A Colormix Especiali- dades enfrenta crescente desafio de qualidade, exigido pelo setor, por meio das sólidas relações de parcerias com os fornecedores de aditivos, pigmen- tos orgânicos, inorgânicos e de efeito, garantindo assimregularidade, reprodu- tibilidade, além de qualidade”, destaca Marcelo Caetano, gerente técnico de pigmentos / preparações da Colormix. Paulo, da Lanxess, também afirma que um dos principais desafios deste setor é a conscientização dos produtores de tintas em demandar produtos de alta qualidade. “Isso porque ano após ano são encontradas empresas fabricantes de dispersões de pigmentos com capa- cidade mínima de fornecimento, o que acaba prejudicando a imagem do setor e causando prejuízos para o próprio consumidor, uma vez que seria neces- sário adicionar etapas ao processo para o acerto de cores ou de granulometria dos sólidos.” Já na opinião deMacedo, da Sintequími- ca, o maior desafio é o tempo que leva para se fazer uma dispersão perfeita. “Dependendoda cor, pode-se levar dias. E se enfrenta este desafio compesquisa e desenvolvimento constantes. Apri- Jaime Junior, gerente comercial da Exatacor