Show do Pintor Profissional - Edição 178

SHOW DO PINTOR • OUTUBRO 17 12 serão: fórum de debates com pintores, lojistas, fabricantes, órgãos setoriais; agência de marke- ting para realizar logos, orçamentos; museu com ferramentas antigas; catálogo de efeitos deco- rativos; auxílio para a recolocação do pintor no mercado de trabalho; ações sociais em todo o país; premiações de pintores; tabela de preços; biblioteca de pintura; informação de cursos ofe- recidos por fabricantes e lojistas; treinamentos; entre outras. PINTORES DESTAQUES NA CARREIRA O pintor Rogério Xavier Contine explica que se- gue à risca os mandamentos ensinados por No- gueira, que foi seu professor no curso da Abra- fati. O último grande trabalho de Contine foi em um condomínio, onde pintou o salão de festas, o salão de jogos e o hall principal, quase mil me- tros quadrados e 12 portas. Contine só entrou para o mercado de pintura imobiliária depois de se decepcionar com o serviço realizado em seu satisfeito quando o trabalho for finalizado, e não preocupado com a bagunça. O pintor investe em cartão de visita, site e página no Facebook, divul- gando os seus trabalhos. Outro diferencial que Contine faz questão de ressaltar é a utilização de pintura mecanizada. “Estudando sobre o tema, descobri que na Europa e nos Estados Unidos a maioria das pinturas é realizada com airless. En- tão decidi investir em pintura mecanizada, todas as lixadeiras são com extrator de pó. O serviço rende muito mais, o acabamento é excelente. Com os equipamentos, termino a obra em um tempo menor; com agilidade no trabalho, con- sigo realizar mais serviços em menos tempo e, como consequência, tenho boa remuneração, mas sem explorar o cliente. Estamos na era da tecnologia, não tem como continuar trabalhan- do usando somente a brocha.” Contine conta que a maioria das técnicas que utiliza em seu tra- balho aprendeu na Abrafati e na Futura. “As insti- tuições são excelentes. Soube recentemente que a Abrafati parou com o curso, fiquei muito chate- ado. Gostaria que outros pintores também tives- sem a oportunidade de ter o conhecimento que eu obtive na instituição. O curso transformou a vida de várias pessoas, para melhor. Vejo o tér- mino como algo ruim para o desenvolvimento da categoria.” O ramo de pintura está sempre atraindo novos profissionais. Em período de crise, aumenta o número de desempregados, e muitos deles mi- gram para o mercado de pintura. A história de Alexandro Rocha começou assim. Ele foi demi- tido da farmácia onde trabalhava como balco- nista. Por incentivo da família, decidiu começar a pintar. Porém, Rocha não queria se aventurar no ofício, e sim trabalhar com profissionalismo. Antes de iniciar oficialmente na profissão, fez curso na Abrafati. Rocha é jovem na profissão, atua há menos de um ano. Apesar do curto tem- po de serviço, já afirma com segurança o que al- meja para o seu futuro profissional. “Vou abrir a minha empresa de pintura, só paro de pintar quando me aposentar. Comparado com a minha remuneração anterior, de balconista, tive um au- mento salarial em mais de 100%.” O mercado de pintura não é exclusivo dos ho- mens, há diversas mulheres fazendo carreira, como é o caso de Uracilia Aparecida Ferreira, mais conhecida como Lia Ferreira. Ela está na pro- fissão há mais de 20 anos. Começou por hobby, mas logo percebeu oportunidades de trabalho. “Assistindo televisão, eu vi o comercial de uma máquina de pintura e decidi comprar. Assim que o kit chegou, pintei minha casa toda. Na mesma semana, uma colega viu o ambiente e solicitou os meus serviços. Na época, minha mãe tinha algumas casas de aluguel e quando o inquilino saía do imóvel eu sempre pintava para o próximo cliente. Assim foi o início da minha carreira.” Alexandro Rocha, pintor imóvel. “Na época, eu não entendia, fui a uma loja de material de construção, comprei uma tin- ta econômica de uma marca conhecida para pin- tura em área externa. Não ficou bom, claro.” Ele ficou decepcionado com o resultado final, mas notou um mercado promissor: a pintura residen- cial de qualidade. Decidiu estudar e investir na carreira, fez curso na Abrafati e na Universidade Futura do Pintor. Montou a sua empresa, a Pin- tura Limpa. Antes de abrir o seu próprio negó- cio, conversou com diversos amigos e familiares, notou que todos tinham alguma história pare- cida com a dele, decepção com mão de obra, e chegou à conclusão de que os pontos que mais incomodavam o consumidor que decide pintar o imóvel é a falta de organização e profissiona- lismo do profissional, dois pontos que ele conta fazer questão de não falhar. Antes de começar a trabalhar, ele fotografa o ambiente para, quando o serviço for finalizado, colocar os móveis exata- mente onde estavam. Assim, visa deixar o cliente Pintora Lia Ferreira Nos anos 1990, Lia teve a oportunidade de mu- dar-se para Portugal, onde também trabalhou com pintura. No novo país, aprendeu e especiali- zou-se na técnica do estuque veneziano, também conhecido como efeito mármore. Após quase um ano em Portugal, a pintora retornou ao seu país de origem, divulgando a técnica aprendida no exterior. “Estudei e, hoje, sou especialista em efeitos decorativos; madeira, pedra, mármo- re, entre muitos outros.” A base dos efeitos ela aprendeu no exterior, mas o aperfeiçoamento da técnica aconteceu no Brasil. Para os jovens pintores de profissão, como é o caso de Rocha, Lia aconselha focar na capacita- ção. “Estude, pois nunca sabemos tudo. Hoje, é possível encontrar cursos presenciais e à distân- cia, em vários horários. Seguindo esse caminho, eu garanto ser possível ter uma vida harmoniosa e confortável financeiramente com a pintura.” Rogério Xavier Contine, pintor

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