Show do Pintor Profissional - Edição 178

SHOW DO PINTOR • OUTUBRO 17 20 MASCARAMENTO Observando o mercado, é possível notar que o uso de jornal no mascara- mento automotivo diminuiu. Em oficinas grandes, o procedimento já foi abolido. Ao longo do tempo, os profissionais observaram que esse processo é de extrema importância e deve ser feito corretamente, caso contrário, os riscos de complicações e retrabalho são grandes. No entanto, em esta- belecimentos menores ou oficinas de bairro o uso do jornal ainda é fre- quente. José Dantas Junior, coordenador técnico de reparação automoti- va da Norton, acredita que atualmente mais de 50% das oficinas utilizam o método de mascaramento adequado e conta quais são os prejuízos que o estabelecimento sofre por não utilizar produtos corretos disponíveis no mercado: “As oficinas que usam o processo de mascaramento incorreto com jornal correm mais riscos com problemas no resultado final. Esse material não é indicado para mascaramento, pois absorve os materiais utilizados du- rante os processos de funilaria e pintura; além disso, os produtos usados podem fazer com que o jornal solte a tinta de sua impressão nas peças, manchando-as e gerando retrabalho.” Paulo Antônio Donadio, gerente de pesquisa e inovação da Anjo Tintas, ressalta os prejuízos que a oficina pode ter ao tentar economizar e utilizar produtos para os fins errados. “Segundo estudos, a utilização de alguns tipos de papéis incorretos ou jornais pode apresentar até 12% a mais de permeabilidade, aumentando consideravel- mente o retrabalho devido a problemas no mascaramento.” Ele acrescenta que a utilização de papéis não adequados também causa grande desperdí- cio de fita adesiva, em função da dificuldade de ajuste, causando perda de tempo e ainda correndo o risco de contaminações e aumento de custos. PROCEDIMENTO ADEQUADO PARA ECONOMIZAR Dos produtos utilizados em uma repintura automotiva, o mascaramento é o que possui menor valor. Quando utilizado corretamente, o processo pode evitar um polimento geral do veículo, que representa um grande custo para a oficina. No custo total de pintura e materiais de uma oficina, o valor para mascaramento gira em torno de 4%, porém, caso os materiais não sejam adequados ou de qualidade, o prejuízo pode ser grande. Pensando em um processo barato, algumas oficinas optam por materiais inadequados ou com baixa qualidade. Como consequência, aumentam os riscos de contaminação das peças dos veículos com tintas, solventes e primer, o que acarreta retra- balho e gera mais gastos com mão de obra e material. “Nos processos de funilaria e pintura, o valor do mascaramento é irrisório. Porém, quando não realizado de forma correta, gera retrabalho e custo dobrado para o profissio- nal”, comenta Dantas. Luiz Borges, engenheiro sênior de desenvolvimento de produto e aplicação da divisão de reparação automotiva 3M, acrescenta outros prejuízos que podem acontecer na falta do procedimento correto: “O maior prejuízo é a perda de produtividade, pois utilizando materiais de me- nor qualidade de fato é impossível ser produtivo, mas isso não é sentido cla- ramente. Os problemas comuns são mascaramentos que caem na hora da pintura, permitem passagem de tinta, soltam sujeira e contaminantes que atrasam o polimento ou que marcam a peça”, esclarece Borges. O uso de fita crepe inadequada também pode ocasionar problemas. É preciso utilizar fitas indicadas para mascaramento, as fitas de uso escolar, por exemplo, não têm as mesmas características do material próprio para o uso em carros. A utili- zação de fitas de qualidade, que fazem curvas e apresentam boa resistência, auxilia nesse processo. Como resultado, terá um mascaramento rápido, se- guro e produtivo, no qual commenos se faz mais. “É preocupante achar que as fitas crepes são todas iguais. Uma fita crepe de qualidade, capaz de fazer curvas e resistir bem à pintura faz toda a diferença no mascaramento. Uma adesão diferenciada permite utilização de fitas menores com o mesmo po- der adesivo e garante qualidade no processo de pintura”, acrescenta Borges. Hoje, é possível encontrar papéis de mascaramento em tamanho menor e que atendem bem a maioria dos propósitos. O uso de um material me- lhor, muitas vezes, permite o seu reúso, reduzindo o valor do investimento PREPARANDO O VEÍCULO Para que o polimento atinja os melhores resultados, mesmo utilizando bons materiais, a limpeza é indispensável, como explica Luciano Trindade Alves, supervisor do centro de treinamento da Sherwin-Williams: “Nos nossos trei- namentos, sempre ressaltamos a extrema importância de limpar o veículo antes do mascaramento para garantir a eficiência, e também é recomenda- do mascarar o veículo no ato da entrada na oficina para ser reparado, evi- tando a contaminação por over spray e outros agentes.” Os produtos de alta tecnologia desenvolvidos para garantir a qualidade do mascaramento auto- motivo ainda sofrem muita resistência nas oficinas do país, pois carregam o mito de que possuem um alto custo. Muitos gerenciadores não enxergam esses produtos como investimento, pois não entendem que a utilização dos materiais adequados reduz os custos com retrabalho. ESCOLHA ECONÔMICA E INTELIGENTE OPTAR POR BONS PAPÉIS DE MASCARAMENTO É INVESTIMENTO, NÃO CUSTO

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