Madeira protagonista em arquitetura

18/05/2016 - 10:05

Estruturas de madeira aparente compõem decoração em projeto inédito do arquiteto Otto Felix, construído em parceria com as empresas Montana Química e Rewood

No período de 17 de maio a 10 de julho realiza-se no Jockey Club paulistano a Casa Cor São Paulo 2016. Trata-se de uma das mais importantes mostras brasileiras de projetos inovadores em arquitetura e decoração, que reúne em seu espaço criativo trabalhos de um seleto grupo de profissionais. Um detalhe que Otto Felix destaca em seu trabalho neste evento é, na verdade, um grande diferencial. “O projeto dispensa decoração tradicional uma vez que a estrutura é, ao mesmo tempo, sua arquitetura de interior. As estruturas em madeira aparente valorizam a matéria-prima natural.”

Segundo Humberto Tufolo Netto, diretor de relacionamento da Montana Química, a empresa participará deste evento juntamente com a Rewood, especializada na produção de madeira laminada colada, conhecida pela sigla MLC, e responsável pela parte estrutural em madeira do projeto arquitetônico de Felix. “As madeiras foram tratadas em autoclave com o preservativo químico Osmose K33 C e o acabamento protetor foi feito com pintura de Osmocolor Stain. São produtos ambientalmente seguros e devidamente registrados junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Também contamos com o apoio da Carpinteria nos cálculos estruturais do conjunto.”

Arquitetura do projeto 

O arquiteto Otto Felix explica que o projeto, intitulado “Pavilhão de Entrada”, não ganhou esse nome por acaso. “Ao chegar à Casa Cor São Paulo deste ano, todo visitante irá interagir com ele. É a porta de entrada do evento, onde ficam, por exemplo, a bilheteria e a sala de imprensa.”

A concepção arquitetônica, toda em madeira, está ligada à questão da sustentabilidade. Mas contempla também a maleabilidade estrutural da MLC. “Desenvolvemos esse projeto sem vigas em medidas especiais, somente o padrão 35 por 5 centímetros, colocadas de maneiras diferentes em ângulos facetados, que compõem uma estrutura bem desenvolvida. Na parte externa a estrutura será revestida com zinco titânio, material da empresa italiana N. Dedini que reveste edificações históricas, como o Museu de Bilbao, e diversas catedrais europeias”, informa o arquiteto.

As parcerias com empresas são valorizadas por Felix para que a execução de seus projetos seja bem-sucedida. “Começamos contando com a Rewood, que se relaciona com parceiros que primam igualmente pela qualidade naquilo que fazem. Assim chegamos à Montana, cada um fazendo a sua parte e buscando sempre fazer o melhor. Com espírito de equipe alcançamos os objetivos propostos para participar desta mostra de projetos de excelência que é a Casa Cor.”

Engenharia do projeto

Segundo o engenheiro Calil Neto, representante da Rewood, este é o segundo ano da empresa ao longo dos 30 anos da Casa Cor São Paulo. Para ele, a responsabilidade pela estrutura do projeto de entrada do evento, feita em MLC de pinus, madeira de reflorestamento, ganha em qualidade com o tratamento industrial empregando CCA e o revestimento em stain, ambos produzidos pela Montana Química.

Calil atesta bons resultados com o uso do stain Osmocolor em diversas obras. “Depois de cinco anos sob sol e chuva, o comportamento da pintura continua ideal. O tratamento em autoclave com CCA proporciona mais de 30 anos de durabilidade para a madeira ‘engenheirada’ que produzimos, no caso, MLC. Compartilhamos o bom desempenho desses materiais com a Montana, que nos orienta tecnicamente na utilização dos seus produtos preservativos de madeira.”

A madeira de pinus empregada pela Rewood da fabricação de MLC é suscetível aos ataques de insetos, como cupins e brocas. Daí a importância do tratamento industrial correto e com preservativos de alta qualidade. “Após o tratamento preservativo, a madeira de reflorestamento ganha longevidade equivalente à das melhores nativas tropicais. Além disso, madeira ‘engenheirada’ permite a construção de vãos excepcionais, muitas vezes com mais de 100 metros. Isso exige elevada estabilidade dimensional do material e, neste quesito, a madeira de pinus tratada supera o desempenho das melhores espécies tropicais.”

Segundo Calil, o sistema construtivo empregado no projeto da Casa Cor São Paulo deste ano é woodframe. “Casamos o sistema woodframe com MLC e empregamos vigas de até 11 metros de comprimento. Ganhamos em maleabilidade e na montagem, que ficou muito rápida, sendo executada em apenas alguns dias. Outro ganho técnico importante vem do tratamento em autoclave com CCA, que permite cortar a peça de MLC em qualquer sentido sem colocar em risco sua proteção e durabilidade, uma vez que nesse processo que alterna vácuo e pressão todas as células da madeira ficam impregnadas pelo preservativo químico.”

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