Paredes diferenciadas são apostas de Paula Neder, Paula Leme e Luciana Bicheri, Toninho Noronha, Maicon Antoniolli, Mauricio Arruda e Filipe Troncon, entre muitos outros arquitetos e designers de interiores
A Casa Cor São Paulo tem pela segunda vez consecutiva a Coral como a tinta oficial do evento, que acontece de 23 de maio a 23 de julho no Jockey Club de São Paulo. E a boa notícia é que esta 31ª edição faz realmente jus ao nome Casa Cor. Dos 71 ambientes, 68 surgem com paredes ou teto coloridos. “A cor tem o poder de transformar. Uma parede vinho, ou azul, ou esverdeada provoca sensações, modifica o estado de espírito. A tinta colorida está, enfim, conquistando o status que merece; ela deve ser o primeiro item da lista de decoração, e não o último da reforma ou da construção”, reforça Fernanda Figueiredo, gerente de Cores e Comunicação de marca da AkzoNobel Tintas Decorativas.
O ombré de cima para baixo, partindo de um salmão até chegar a um off-white, foi a escolha de Paula Neder para sua sala íntima em estilo rústico. A intenção da arquiteta era dar um ar de aconchego, despojamento, sem abrir mão da elegância. “A cor impregna na retina e estimula sensações. Ela é essencial para criar a atmosfera desejada. No caso do meu projeto, os tons róseos refletem nas pessoas, deixando-as mais coradas, mais bonitas”, argumenta ela, com 20 anos de experiência na Casa Cor Rio e estreante na edição paulista.
Para o lounge sala de banho, Paula Leme e Luciana Bicheri também optaram pelo ombré, mas de baixo para cima. “Trabalhamos o conceito de relaxamento e contemplação. Inserimos elementos finos, inclusive obras de arte, e revestimentos exclusivos - muitas peças com selo de sustentabilidade. O verde não faltaria. É a tonalidade que remete à natureza e traz frescor ao ambiente”, declara Paula. Nos banheiros abertos ao público, a dupla de arquitetas elegeu o verde-escuro “Pinheiro Natalino”, da Coral, para o décor. “Todas as paredes foram pintadas com esse tom; criamos, assim, o efeito caixa, que acaba destacando a iluminação”, diz Paula Leme. E completa: “As cores são fundamentais; elas revelam a personalidade do cliente e ainda expressam a alma, o conceito por trás daquele projeto.”
Partindo da premissa de que o morar deve ser “agradável e leve”, Toninho Noronha, com colaboração de Renato Andrade, criou uma sala de jantar acolhedora, e, para alcançar o resultado pretendido, foi criterioso na escolha da cor. “Optei pelo ‘Mergulho Sereno’, da Coral. Eu estava procurando um tom de azul que fizesse uma composição interessante com os azuis dos tecidos. E por ser acinzentado, ele combinou perfeitamente com a paleta de cinzas, que sempre é a base dos meus projetos”, pondera. O Colour Futures, estudo internacional de tendências de cores da AkzoNobel, apontou o “Mergulho Sereno" como a cor de 2017. Esse azul atemporal e versátil vai bem em todos os ambientes e revela características diferentes dependendo da luz e da combinação de tons. Com os tons claros, ganha um ar fresco e arejado; junto a tons escuros, torna-se mais dramático.
Uma paleta de cores masculina, composta por tons sóbrios (azuis, verdes e cinzas) aquecidos pelas madeiras do piso e dos móveis, foi primordial para Maicon Antoniolli materializar o loft que tem na frase de Machado de Assis a grande inspiração: “Viajar é multiplicar-se”. A base do projeto é um bloco central - que delimita o espaço do quarto/closet da sala de estar/jantar - no verde-escuro “Floresta Negra” (esse tom integra a gama de cores do “Novo Romantismo”, tendência apontada pelo Colour Futures 2017). Na parede, a Textura Rústica, da Coral, no cinza fechado “Aventura no Asfalto” foi aplicada com um projetor de texturas, ganhando uma nova leitura, que remete a um reboco ou um chapisco. “A cor é um dos elementos mais poderosos que temos à disposição - resgata memórias, emoções, evoca sonhos. Nos meus projetos, sempre busco entender a paleta de cores que dialoga com a vida dos meus clientes. Uso a cor de diversas maneiras: às vezes, pontualmente, para demarcar blocos ou volumes; em alguns momentos, no ambiente todo, inclusive no forro”, afirma Maicon.
