PERSONALIDADE
Lojas de Tintas
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Conteúdo por
trás do amarelo
do girassol
Ao olhar o cantor Falcão, fazendo piadas de traição e cantando “I’m not dog no”,
é difícil imaginar que ele é formado em arquitetura em faculdade pública, escre-
veu um livro e tem planos para vários outros. “As crianças gostam do meu perso-
nagem, então decidi escrever um livro infantil com umas pitadas de ‘fuleragem’,
porque criança é bicho danado; será lançado primeiro semestre de 2014. Tenho
outros projetos, mas sem data para publicação.”
A música entrou na vida de Marcondes Falcão Maia (Falcão) por acaso; não fazia
planos grandiosos para cantar e sim para a carreira de arquiteto. Quando adoles-
cente, cursou técnico em edificações na Escola Técnica Federal do Ceará, em 1978,
ano de seu primeiro contato profissional com as edificações. Escolheu o curso por
gostar de desenhar. A família tinha um lado artístico: gostava de música e artes.
Carreira
Quando terminou o curso técnico trabalhava como desenhista em uma grande
construtora. “Eu desenhava mais de 300 pranchas, dependendo do projeto; não
existia computador, os trabalhos eram feitos à mão.” Ao finalizar o curso, decidiu
aperfeiçoar os conhecimentos na faculdade, que tinha que ser pública, porque
o dinheiro não era suficiente para pagar o ensino superior. A família era simples,
até os 12 anos ele morou no interior de Pereiro, no Ceará. Só conheceu eletri-
cidade aos 10 anos e, apesar das condições, a família dele era considerada bem
de vida, pois o pai era o único farmacêutico da região e tinha, também, uma
pequena mercearia.
O cantor Falcão revela sua formação
profissional e conta como trocou a
arquitetura pela breguice
Ao prestar pela primeira vez o vestibular foi re-
provado, mas não desistiu. “Tentei quatro vezes
até passar na Universidade Federal do Ceará. Foi
difícil porque tinha mais de cem candidatos para
uma vaga; passei em 6º ou 7º lugar. Não estudei
em cursinho, usava as horas livres para ler e revisar
as matérias que poderiam cair na prova.”
No ano em que se formou na faculdade, montou
um escritório de arquitetura com uns amigos. Du-
rante o dia trabalhava e de noite cantava em ba-
res, por diversão. “Em pouco tempo fiquei famoso
no Ceará. A cidade é turística, então meu nome
foi saindo para outras regiões. Aí eu lancei meu
primeiro disco e a carreira artística se sobrepôs.
Quando a música ‘I’m not dog no’ estourou, eu
precisei largar a arquitetura, pois os shows eram