Revista Paint & Pintura - Edição 275
EVOLUÇÃO DA DIGITALIZAÇÃO 24 | PAINT&PINTURA EXPERTISE TÉCNICO O uso de simuladores estimula o desafio dos limites dos experimentos que estão sendo avaliados pelos pesquisadores, permitindo uma visão ampla de desem- penho, competitividade e sustentabili- dade, ressalta Martins, da Solvay. “Com isso, eles são capazes de responder de maneira muito assertiva até onde uma formulação vai ter um desempenho adequado, e tão importante quanto, podem fornecer os cenários onde a formulação não vai funcionar. Essas atividades geram paralelamente um ca- pital importante quemuitas vezes não é considerado, que são os dados gerados nessas avaliações. A organização desses resultados de forma estruturada, com- pondo bancos de dados, é o primeiro passo para que eles sejam aproveitados no futuro, emoutros desenvolvimentos, por meio do desenvolvimento de mo- delos, como aprendizagem de máquina por exemplo.” Já Intini, da ReactorModel Tecnologia, informa que com a aprendizagem de máquina é possível capturar o conhe- cimento produzido no laboratório e difundi-lo para todos os formuladores atuais e futuros, que venham a utilizar os modelos treinados com estes dados acumulados ao longo de anos. “Isto permitirá reduzir parte da curva de aprendizado para químicos iniciantes ou químicos inexperientes em deter- minadas linhas de produtos. Também evitará um problema bastante conhe- cido na pesquisa & desenvolvimento, que é a ‘reinvenção da roda’: situações em que químicos repetem testes que já foram realizados no passado por falta de facilidade de acesso à informação.” CONTRIBUIÇÃO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS AReactorModel Tecnologia possui ferra- mentas como a “Otimização Profunda”, que busca por materiais em seu banco de dados que possam substituir uma determinada matéria-prima em falta, informa Intini. “Por exemplo, em caso de falta de um monômero, o software testará todas as possibilidades de alter- nativas de forma automática, retornan- do as fórmulas quemelhor atendamaos requisitos da especificação.” Na visão de Martins, da Solvay, nesse ponto, o uso de simuladores representa umdiferencial competitivo fundamental frente aos modelos empíricos. “Um sol- vente ou umpolímero, por exemplo, não necessita ser sintetizado ou adquirido para se avaliar o desempenho no NG Solsys. As propriedades físico-químicas são suficientes para realizar as simula- ções e entender o comportamento em diferentes cenários de aplicação. Isso permite opções ilimitadas de avaliação. Considere como exemplo a concepção de um novo produto. É possível se en- tender previamente, antes de qualquer concepção experimental do protótipo, qual será o desempenho do produto, pois existem diversas ferramentas na literatura científica que permitem a pre- dição das propriedades físico-químicas baseada exclusivamente na estrutura química da molécula. Assim sendo, é possível determinar o desempenho de uma molécula que ainda se encontra no plano teórico e abandonar a ideia caso ela se mostre inviável do ponto de vista de desempenho ou ir em frente no pro- jeto, em caso contrário. O mesmo pode ser realizadopara novasmatérias-primas mais interessantes em termos de custo ou sustentabilidade.” Martins ainda afirma que, como a ava- liação da viabilidade pode ser realizada sem a necessidade de uma amostra, é muito amplo o leque de oportunidades para aplicar o uso de ferramentas digi- tais e dar mais agilidade aos processos. “Assim, aumenta a rentabilidade das empresas.” SOLUÇÕES SE ENCAIXAM NO ECOSSISTEMA DE SOLUÇÕES DIGITAIS A plataforma NG Solsys é uma típica ferramenta digital que vem agregar poder de redução de tempo de desen- volvimento de formulações para os projetos de inovação da Solvay e para seus clientes, oferecendo soluções ex- clusivas, levando-se emconta a especifi- cidade das exigências técnicas e desafios que eles apresentam, destaca Martins. “Temos duas abordagens no mercado: a primeira é por meio do suporte ofe- recido pela nossa equipe de assistência técnica para uso dessa plataforma. A mais recente é por meio da disponibi- lização na rede, com acesso livre, de uma versão desenvolvida para internet em que profissionais, universidades, instituições, empresas podem realizar simulações de diversas formulações de sistemas solvente com os principais tipos de resinas e polímeros utilizados no segmento de tintas e vernizes.” A plataforma NG Solsys ainda permite o trabalho integrado comprogramas tipo Lean Six Sigma, informa Martins. “Sem dúvida nenhuma, uma das grandes me- lhorias que virão em um futuro próximo é a integração no sistema operacional de funcionalidades estatísticas de oti- mização, para que além de simulações o sistema também realize otimizações.” Já Intini, da ReactorModel Tecnologia, afirma que, sem dúvidas, a digitalização é um passo adicional aos programas de 6 Sigma, que aplicavam ferramentas de DOE (design of experiments) para a oti- mização de formulações. “E tambémdo Lean, no qual pode atuar para a redução da complexidade da cadeia logística, ao mesmo tempo em que reduz os custos de formulação.” Sérgio Martins, gerente global do laboratório de desenvolvimento e aplicações solventes e fenol e derivados da Solvay Coatis
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