Revista Paint & Pintura - Edição 275
EVOLUÇÃO DA DIGITALIZAÇÃO 26 | PAINT&PINTURA As plataformas de digitalização imple- mentadas nos processos de formula- ção, desenvolvimento de produtos e matérias-primas, produção, cadeia de fornecimento em adição aos processos de vendas e marketing, entre outros, tem sido cada vez mais utilizadas no setor de tintas. “Esse fenômeno tem crescido muito não somente no segmento de tintas e vernizes, mas também em outros segmentos, como plásticos e compósitos em geral. Além disso, é uma iniciativa comumem todas as áreas. Porém, o grande desafio é implantar dentro dos sistemas infor- matizados todas etapas dos procedi- mentos e monitoramentos, com toda segurança de dados e agilidade na análise de informação. Temos imple- mentados várias ferramentas para nos ajudar a acompanhar todo processo de desenvolvimento de um produto, como criação de uma nova fórmula ou processo de aquisição de novas emba- lagens, tendo um controle de todo o processo e, assim, poder contornar os gargalos que possam acontecer”, in- formaWiliam Saraiva, diretor industrial do Grupo Iquine, acrescentando que as soluções são voltadas à pesquisa e ao desenvolvimento de produtos. Com o uso de ferramentas consegue- -se um tempo menor no desenvol- vimento dos produtos, com maior segurança e com a gestão do conhe- cimento, pois todas as informações ficam armazenadas e organizadas na plataforma para consultas futuras, destaca Wiliam. “Uma das maiores vantagens da digitalização no proces- so de pesquisa e desenvolvimento é a organização e gestão das informa- ções. Um produto costuma ter mais de 10 insumos e cada insumo contribui com, no mínimo, cinco variáveis possí- veis, e a ferramenta vem exatamente para otimizar esse processo, ou seja, otimizar a realização dos protótipos e reter todas as informações e conheci- mento gerado naquele projeto espe- DIGITALIZAÇÃO NA INDÚSTRIA DE TINTAS cífico. Essas ferramentas contribuem muito para simplificar as formulações, baseando em algoritmos que facilitam na análise de matérias-primas seme- lhantes.” A WEG sempre busca soluções digitais em todas as áreas da empresa, segundo Cristiane Medeiros, chefe de seção de desenvolvimento de resinas e eletroi- solantes. “Na WEG os departamentos mapeiam suas necessidades e buscam quais as principais plataformas e/ou tecnologias para sua implementação. Além de relação forte com startups, a WEG possui uma unidade de negócios voltada a implementação de soluções para Industria 4.0, a WEG Digital, que em conjunto com a WEG Automação nos dá um suporte único e exclusivo criando ferramentas customizadas e de alta performance. Nossa área de pes- quisa possui softwares de controle de testes e estamos implementando novos modelos preditivos de formulação com Inteligência Artificial para que, emumfu- turo breve, conseguirmos ter uma rede neural que auxilie nossos colaboradores nomapeio de oportunidades de redução de custo, otimização de processos e implementações de novas tecnologias rapidamente.” Cristiane informa que pesquisa e de- senvolvimento de produtos estão muito interligados dentro das indústrias brasileiras. “Por isso, as soluções são utilizadas em todos os momentos de um projeto de produto ou linha e sua conexão coma produção final. Inclusive, as demandas por plataformas de formu- lações estão crescendo cada vez mais. As áreas farmacêutica e de cosméticos são exemplos de sucesso na criação de modelos de software para redução de time-to-market e impactos no desenvol- vimento e pesquisa. As áreas de resinas, polímeros e tintas possuem moléculas mais complexas que demandam de predições baseadas tanto em modelos teóricos como dados coletados nas va- lidações de projetos. Acredito que nos próximos anos estas plataformas serão essenciais paramantermos o crescimen- to tecnológico e ‘sobrevivermos’ aos novos desafios do mercado.” Isabella Marini Vargas, diretora técni- ca da Renner Sayerlack, acredita que estas soluções possam ser aplicadas por vários segmentos da indústria química, e não apenas as indústrias de tintas ou resinas. “Sempre que temos conhecimento de algum software ou solução que possa nos ajudar a diminuir o time-to-market, efetuamos testes e avaliamos o custo-benefício deste pro- cesso. O principal desafio é encontrar uma ferramenta adequada às nossas necessidades e com o investimento adequado ao nosso negócio.” Isabella ainda ressalta que o prin- cipal benefício dessas soluções é o time-to-market e redução de custos, principalmente no que diz respeito à substituição de matérias-primas, prio- rizando sempre manter a qualidade e desempenho dos produtos. “Além disso, com certeza, pode contribuir muito já calculando o teor de materiais renováveis ou simulando a substituição de materiais convencionais por reno- váveis/sustentáveis, e encurtando o caminho dos ensaios.” Wiliam Saraiva, diretor industrial do Grupo Iquine
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