Revista Paint & Pintura - Edição 275
EVOLUÇÃO DA DIGITALIZAÇÃO PAINT&PINTURA | 27 FERRAMENTASDADIGITALIZAÇÃO Especificamente, no segmento de atua- ção do Grupo Iquine, utiliza-se modelos de otimização baseado em delineamen- to de experimento. “Com isso, erramos menos nos novos protótipos, tendo uma maior assertividade e diminuição de cus- tos de experimentos. Dentre as várias vantagens, podemos destacar: gestão do conhecimento, segurança dos dados, agilidade na implementação de novos produtos. Com a chegada da pandemia e suas consequências, como a quebra na cadeia logística, alta na inflação dos insumos, se faz necessário uma platafor- ma para acelerar a implementação dos projetos de forma segura e organizada”, salienta Saraiva. Softwares de simulação emmeso escala já são empregados no grupoWEG, como CAE, FEA, CFD, Ansys, OpenFoam, Com- sol, revela Cristiane. “Modelos de sof- twares de ab initio, dinâmica molecular e de cálculos demodelos físico químicos estão sendo implementados ou avalia- dos para complemento de informações para as áreas de pesquisa. Não existe um software único, diferentes softwares e modelos fornecem insights diferentes para a tomada de decisão. A criação de uma plataforma que consiga fornecer uma visão geral a gestão da empresa reduz riscos na tomada de decisões e implementações.” São vários os benefícios gerais do uso de plataformas de formulação para pes- quisa&desenvolvimento na indústria de tintas, destaca Cristiane, da WEG. “Du- rante o desenvolvimento de produto é necessário realizar validações na etapa de pesquisa. Em muitos casos experi- mentos de validação são caros, demo- rados e levam em consideração poucos parâmetros. O uso de simulações pode substituir, explicar fenômenos e prever qual o melhor caminho para a pesquisa. Autilizaçãode softwares reduz os custos (tangíveis e intangíveis) de troubleshoo- ting e desenvolvimento de produto. Simulações e previsões podem reduzir, segundo estudos e artigos, os custos de desenvolvimento entre 15% à 30%.” DESAFIOS Mas existem desafios em termos de capacitação damão-de-obra nos labora- tórios para utilizar as soluções digitais. Para Saraiva, do Grupo Iquine, é neces- sária a contratação de pessoas com co- nhecimentos específicos de engenharia. “Alémdisso, esses profissionais também precisam dominar todo o aparato técni- co do segmento de tintas.” Para Cristiane, da WEG, a digitalização é uma realidade e as universidades brasi- leiras e internacionais estão fomentando cada vez mais estas disciplinas em suas grades curriculares. “Existem profissio- nais qualificados nomercado, bemcomo ferramentas de treinamento técnico disponíveis para nossos pesquisado- res. O maior desafio, com a crescente demanda, será a disponibilidade desta mão-de-obra no futuro. Percebe-se um déficit geral no mercado brasileiro por profissionais para esta área de atuação. Haverá muitas oportunidades e temos que criar formas de fomentar nossos jovens a buscarem estas capacitações.” Na opinião de Isabella, da Renner Sayer- lack, para utilização das soluções digitais o ideal seria ter profissionais com expe- riência e bom conhecimento na área de tintas. “Além disso, esses profissionais precisam apresentar facilidade para operar e entender o funcionamento e os resultados obtidos pelas ferramentas.” SOLUÇÕES SE ENCAIXAM EM DIVERSOS SISTEMAS As soluções se encaixam no ecossiste- ma de soluções digitais, no conceito de inovação aberta e em programas de melhorias. “Essas ferramentas são complementares às soluções de gestão já existentes e contribuem para a área de engenharia de produto realizar pro- jetos com mais segurança e agilidade. No conceito de inovação aberta, com o compartilhamento de informações so- bre as mais diversas matérias-primas, os sistemas de digitalização e formulação de produtos inovam de forma aberta e compartilhada em toda a cadeia, desde o fornecedor do insumo como os fa- bricantes de produtos e embalagens. Vale ressaltar que considero como uma solução complementar, principalmente as ferramentas de gestão como WCM”, informa Saraiva, do Grupo Iquine. Para Isabella, da Renner Sayerlack, essas soluções se encaixam como simulações virtuais de testes de bancada. “Já no conceito de inovação aberta, se com- partilhadas entre universidades e indús- trias, poderiam enriquecer os bancos de dados e conhecimentos de ambos. Além disso, nos programas de melho- rias, o Lean e 6 Sigma poderiam utilizar como ferramentas as soluções digitais, facilitando e dando rapidez às soluções propostas nestes tipos de programa.” Por sua vez, Cristiane, da WEG, destaca que a geração de dados de forma digi- tal em empresas será um ecossistema de diversidade de softwares, pessoas e empresas para sua aplicabilidade e funcionamento. “Quando falamos de ecossistemas digitais temos um novo universo de possiblidades que estão apenas iniciando para ganho de valor para a indústria. No conceito de inova- ção aberta é uma realidade na indústria nacional. Quando falamos de inovação aberta estamos englobando desde um contato com um fornecedor ou cliente para resolver algo em conjunto, quanto a uma parceria com ICT’s, Universidades ou Startups. O mundo se tornou muito pequeno, principalmente digitalmente e precisamos estar abertos para inovar e Isabella Marini Vargas, diretora técnica da Renner Sayerlack
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