Revista Paint & Pintura - Edição 278

ÓLEOS E DERIVADOS PAINT&PINTURA | 61 Os óleos químicos são produtos utiliza- dos paradiferentes segmentos ediversas aplicações, sendo consideradosmultifun- cionais. Noprocessoprodutivo, aoleoquí- mica abrange as operações dedestilação, esterificação, transesterificação que seria o processo produtivo de biodiesel, extraçãoe destilaçãoda glicerina e hidro- genação. “No aspecto industrial, temos uma proposta de sustentabilidade que busca produtos que venham substituir os derivados de petróleo na produção de lubrificantes, materiais poliméricos, resinas, ceras, entre outros”, ressalta Michel Gotesman, diretor de operações da Oxygen Química. Sem dúvidas, a fabricação de ácidos graxos de origem vegetal é a tendência a ser seguida. “São produtosmais elabo- rados para aplicações nobres e estamos desenvolvendo produtos ‘tailor made’ para cada tipo de cliente. Vale ressaltar que são totalmente multifuncionais, ou seja, o mesmo óleo vegetal utilizado como secativo em formulações de resi- nas, pode ser utilizado na fabricação de espumas ou pisos. Dentro da indústria de tintas, os óleos vegetais podem ser utilizados na fabricação de resinas, resi- nas alquídicas, tintas imobiliárias, entre outras”, informa José Calvo Morales, diretor financeiro da A.Azevedo. Para a Miracema-Nuodex não é uma questão de tendência, mas o uso de óle- os e derivados em seus desenvolvimen- tos é - e sempre foi - a visão da empresa, onde os usos de produtos sustentáveis veio desde o primeiro produto desenvol- vido na década de 1950 e continua até os dias atuais, conta Gerson Agostini, ge- rência técnica. “A nossa tendência atual é o controle da geração de resíduo, pois em nossa concepção não interessa usar matérias-primas renováveis e produzir resíduo poluente.” Cristiano da Mata, gerente de ven- das - Tintas & Construção da Química Anastacio, destaca que a linha de óleos entra emdiversas etapas dos processos de produção das indústrias de tintas. “Desde o início, na polimerização, por exemplo, de resinas alquídicas, até em clientes finais como componente B na polimerização de pisos e revestimentos. Além disso, possui também proprieda- des como óleos secantes.” O SETOR O ano de 2022 vem apresentando um crescimento bastante acelerado e a A.Azevedo credita os motivos à dois principais fatores, segundoMorales. “Re- torno generalizado das atividades, que num primeiro momento também forçou sobremaneira o preço das commodities agrícolas (matérias-primas) e congestio- nou as cadeias logísticas. Esses desafios abrirammuitas oportunidades nomerca- do local, diminuindo as vantagens sobre produtos importados, que geralmente usufruem de benefícios fiscais em seus processos aduaneiros e contaminam a concorrência de produtos fabricados localmente. E também devido aumento da consciência sobre a utilização de produtos de origem ‘verde’ nas cadeias produtivas. Demaneira geral, a demanda no setor de tintas apresentou um cres- cimento modesto neste ano de 2022.” Para Gotesman, da Oxygen Química, foi nítidoque a área de construção civil ficou muito aquecida nos anos de 2020 e 2021 devido ao forte aumento das reformas e pequenas construções impulsionados pela injeção de R$ 65 bilhões na econo- mia por meio do auxílio emergencial e a necessidade da população ficar em casa, devido a pandemia. “Já 2022 tem sido um ano de retração e resiliência da indústria de tintas, principalmente pela constante busca do equilíbrio na cadeia de suprimentos e das fortes oscilações nos custos operacionais e logísticos que foram duramente castigados pelos últimos dois anos de pandemia, com o fechamento de fábricas e dos principais portos de movimentação de carga do mundo motivados pelos ‘Lockdowns’. Tudo isso resultou emrestrição na oferta de insumos e no aumento considerável na demanda de materiais de constru- ção, tintas e revestimentos. Havia uma expectativa de rápida recuperação do setor, mas veio a invasão da Ucrânia pela Rússia, impactando os fornecedores eu- ropeuspela limitaçãode fornecimentodo gás natural russo. Nossas indústrias são muito dependentes de matérias-primas importadas, principalmente osmonôme- ros (principal componenteda formulação de tintas), aditivos e pigmentos.” Importante ressaltar que o pós-pande- mia emâmbito global impulsionou a alta da inflação, elevouos juros refletindoem perda no poder aquisitivo, principalmen- te no Brasil onde o setor de tintas opera de forma muito alavancada sofrendo com o capital de giro e baixa adesão aos créditos, acrescenta Gotesman, da Oxygen Química. “Contudo, não temos do que reclamar, apesar das dificuldades globais, os resultados estão sendo posi- tivos. O setor de reformas e construção deve se manter aquecido devido as pessoas terem adquirido nos últimos dois anos o hábito de cuidar melhor de suas casas. As montadoras automo- bilísticas têm conseguido superar em parte os problemas do suprimento de peças e retomam de forma gradativa suas produções alavancando as vendas de tintas específicas para este setor que possui valores unitários mais elevados.” Ainda para Gotesman a demanda de matérias-primas para o setor de tintas permanece estável, devendo se manter dentro do crescimento do PIB nacional e José Calvo Morales, diretor financeiro da A.Azevedo

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