Revista Paint & Pintura - Edição 286

AGENTES COALESCENTES 12 | PAINT&PINTURA | AGOSTO 2023 queridas, principalmente em situações de crise. As questões regulatórias são igualmente relevantes. Neste sentido, as especialidades químicas atendem a estas tendências, agregando desempe- nho superior às formulações dos nossos clientes. Essas novas tecnologias podem e devem auxiliar os formuladores e fabricantes de tintas na melhoria da qualidade e na entrega de produtosmais eficientes e sustentáveis ao consumidor final”, afirma Gardelli. Marina Passarelli, coordenadora de negócios da área Coating Additives da Evonik, ressalta que, à medida que a indústria de revestimentos se esforça para atender a limites de VOC (compos- tos orgânicos voláteis) cada vez mais baixos, alcançar uma boa formação de filme em sistemas à base de água sem sacrificar outras propriedades da tinta tornou-se desafiador. “Embora agentes coalescentes de baixo VOC tenham sido desenvolvidos, eles geralmente afetam a dureza e a resistência mecânica dos revestimentos, porque permanecem no filme. No entanto, o uso de agentes umectantes multifuncionais únicos que também auxiliam a coalescência de filmes - ‘surfactantes coalescentes’ - au- xilia nos desafios de formulação usando umúnico aditivo eficiente. Surfactantes coalescentes oferecem vantagens sig- nificativas em revestimentos de baixo VOC. Esses produtos são aditivos umec- tantes que possuem multifuncionalida- de, pois possuem função coalescente, além da função de umectação. O seu uso permite a substituição total ou par- cial dos coalescentes tradicionalmente utilizados em formulações base água.” Para Fabrício Carvalho, diretor de ne- gócios da SYCO, salienta as principais tendências desse setor. “São eles: coalescentes de origem renovável - desenvolvimento de coalescentes derivados de fontes renováveis, como óleos vegetais e produtos de biomassa, oferecendo benefícios ambientais, como menor pegada de carbono e re- dução da dependência de recursos não renováveis. Eficiência e desempenho aprimorados - o mercado tem buscado coalescentes que ofereçam maior efi- ciência e desempenho em aplicações específicas, com propriedades como secagem mais rápida, melhor resistên- cia à umidade, maior durabilidade e capacidade de trabalhar em diferentes condições ambientais. Redução de VOCs e impacto ambiental - a preocupação coma redução de compostos orgânicos voláteis (VOCs) e o impacto ambiental tem impulsionado a demanda por co- alescentes de baixo teor de VOCs, ou seja, soluções de desempenho e baixo odor sem comprometer a qualidade do ar interno e o meio ambiente.” Carvalho ainda ressalta as tendências em tecnologias de formulação avançadas. “O avanço da tecnologia tem permitido o desenvolvimento de coalescentes com características sob medida para aplica- ções específicas, incluindo formulações otimizadas que proporcionam melhor compatibilidade comresinas, maior esta- bilidade,menor odor emenor toxicidade, atendendo às demandas do mercado. Foco na sustentabilidade também tem sido umaspecto-chave nos novos desen- volvimentos emcoalescentes. Pesquisa e desenvolvimentocontínuos: as empresas do setor estão investindo em pesquisa e desenvolvimento para impulsionar a inovação e atender às demandas em constante evolução, oque inclui odesen- volvimento de novos coalescentes com propriedades únicas, bem como a otimi- zação de formulações existentes para melhorar o desempenho e a eficiência.” Omercadodecoalescentesestábuscando soluções inovadoras que ofereçam efici- ência, desempenho aprimorado, baixo teor de VOCs e sustenta- bilidade, salienta Carvalho. “As novidadesnosetorestãofocadas em fontes renováveis, tecnolo- gias de formulação avançadas e pesquisa contínua para atender às demandas dos fabricantes de tintas e revestimentos, assim como às regulamentações ambientais. A busca por coalescentes que equilibrem desem- penho, sustentabilidade e conformidade regulatória continua a impulsionar o desenvolvimento nesse setor.” CENÁRIO E EXPECTATIVAS Durante a primeira metade de 2023, o consumo de tinta arquitetônica, que é a aplicação comomaior consumo de coa- lescentes, temmostrado uma recupera- çãomês amês comvalores ligeiramente mais altos do que em 2022, pois, no ano passado o consumo de tinta caiu cerca de 5%, segundo Natalia Hernández Val- dés, gerente de marketing de Industrial Solutions para a Downa América Latina. “Para o restante de 2023, esperamos que essa recuperação continue com uma tendência positiva. Por um lado, devido amelhoria nos níveis de inflação, e por outro lado, porque as tintas de alta qualidade têmconquistado uma parcela maior, o que impacta positivamente o consumo de coalescentes. Importante destacar que durante 2023, não temos enfrentado desafios em termos de for- necimento de coalescentes.” Marcos Aurelio Basso, gerente global de desenvolvimento de mercado da Eastman, ressalta que a principal apli- cação dos agentes coalescentes está no segmento de tintas decorativas e a estimativa é de um crescimento ao redor de 2% à 2,5%, em 2023. “Existem algumas iniciativas que podem impactar positivamente esse crescimento, como a melhora na confiança do consumidor e as iniciativas do programa Minha Casa Minha Vida, mas esse último deve im- pactar muito mais os volumes em 2024.

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