Revista Paint & Pintura - Edição 290

SURFACTANTES 52 | PAINT&PINTURA | DEZEMBRO 2023 além de tornar as formulações mais sustentáveis e permitir uma aplicação mais segura para os consumidores. Essa necessidade do mercado está alinhada à dedicação do segmento à pesquisa e ao desenvolvimento de soluções que atendam atributos como: baixo VOC, baixo odor, livres de APE, baixa toxi- cidade, entre outros”, anuncia Thiago Cavalheiro Magri, pesquisador Ts&D da Indorama Ventures. Já com relação ao mercado, Magri afirma que atualmente o setor de co- atings tem evoluído de acordo com o crescimento do PIB brasileiro. “Apesar das incertezas do cenário econômico, os surfactantes são altamente empre- gados em tintas base água, que é uma tecnologia em crescimento, portanto a expectativa é de demanda saudável e crescente para 2023. Vale ressaltar, que o mercado global de surfactantes foi avaliado em 41,98 bilhões de dólares em 2021, com previsão de atingir 57,13 bilhões de dólares em 2028 - um CAGR de 4,5 durante o período analisado (2022-2028), de acordo com relatório da SkyQuest Technology Consulting. Esses dados demonstram que se trata de um mercado altamente rentável e promissor, o que nos traz otimismo, já que a Indorama Ventures é referência mundial neste setor. Nossa empresa é líder na produção de surfactantes e especialidades químicas nas Américas, e usa a sua profunda expertise técnica, amploportfólio e excelência operacional para melhor atender seus clientes. Nós trabalhamos para oferecer soluções diferenciadas, aliando performance e competitividade. Acreditamos que este é o momento de as empresas se reinventarem e trazerem soluções mais eficientes, de maior valor agregado e sustentáveis.” Ainda de acordo com Magri, da Indo- rama Ventures, um dos desafios desse mercado está relacionado ao mercado de tintas base água, composto por for- mulações que usam maior quantidade de surfactantes - para a tecnologia à base de água é importante encontrar um equilíbrio entre a estabilidade do látex e a resistência à água das tintas. “Este é um setor que já ocupa maior espaço na produção de tintas imobiliárias, mas pode ser considerado mais desafiador do ponto de vista de formulações mais complexas, ao contrário das tintas base solvente. Dessa forma, os surfactantes entram justamente para melhorar propriedades finais da tinta e evitar defeitos de aplicação, garantindo uma solução mais sustentável que a base de solventes.” Bruna Sampaio, pesquisadora e gerente do Laboratório Novecare Coatings da Solvay, afirma que na Solvay, acredita-se que encontrar soluções para os maiores desafios da humanidade (e aqui inclui o setor de tintas) requer avanços científi- cos que protejamo seu patrimônio para as gerações futuras. “Hoje, empregamos o nosso conhecimento e experiência para ajudar a resolver alguns dos pro- blemas mais urgentes e imediatos. O programa Solvay One Planet transforma nossa ambição em ações concretas. Ele garante que centramos nossos esforços nas áreas onde a nossa inovação e so- luções sustentáveis podem ter o maior impactopositivo, direta e indiretamente, em linha com os objetivos de desenvol- vimento sustentáveis da ONU. Em 2023, continuamos trabalhando na promoção e desenvolvimento de produtos de fon- tes renováveis e ecológicos. Ainda, tais produtos tambémpromovembenefícios na aplicação, considerados multifun- cionais. Além da sustentabilidade e do desempenho, o mercado de tintas tambémvembuscandoestar alinhadoàs novas regulamentações do setor, além de produtos inovadores.” Bruna ainda revela como foi o ano de 2023 para a Solvay. “No primeiro semes- tre, o setor de surfactantes enfrentou desafios relacionados à volatilidade dos preços dematérias-primas, alto estoque na cadeia de suprimentos e diminuição dos volumes no que diz respeito às tintas arquitetônicas. Já no segundo se- mestre, houve uma demanda crescente por surfactantes devido à sazonalidade do mercado de tintas. Para 2023, a ex- pectativa é que o ano esteja alinhado com os objetivos do grupo devido ao crescimento orgânico e implementação de projetos de inovação. Vale ressaltar que devido às mudanças constantes no cenário econômico e, consequentemen- te, das demandas, o grande desafio do ano foi realizar um plano assertivo de produção local e importação para ga- rantir o atendimento aos clientes, além de nos prepararmos para a retomada de alta demanda esperada para o segundo semestre.” Na opinião de Natália Lopes, gerente técnica da Ashland, o Brasil, não somen- te no setor de tintas, está evoluindo muito em relação à questão de susten- tabilidade. “Grande parte das empresas já está comprometida com as práticas de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG) e, com isso, o papel dos fornecedores de matérias-primas torna-se chave para acompanhar esta necessidade do mercado. Além disso, considerando que nossa região é muito sensível aos custos dasmatérias-primas, materiais eficientes e/ou multifuncio- nais tem vantagem técnica e são a preferência dos fabricantes de tintas e revestimentos - e nesta linha, o desafio é não impactar negativamente outras propriedades da formulação final.” Natália também informa que normal- mente o crescimento do setor de sur- factantes acompanha o crescimento do mercado de tintas em geral. “O que Rafael Taino de Mattos, consultor técnico para formuladores industriais da BASF para a América do Sul

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