Revista Paint & Pintura - Edição 292

DIÓXIDO DE TITÂNIO PAINT&PINTURA | MARÇO 2024 | 11 sua participação no mercado brasileiro. Se considerarmos os informativos da Abrafati, em2023 houve crescimento de vendas da linha premium, onde o titânio base cloro acaba sendo beneficiado. Com estas informações, comparando com o comportamento do mercado de tintas em 2023, nosso entendimento é que teremos umcrescimento da deman- da de dióxido de titânio em 2024. Consi- derando tambémo crescimento da linha premium, os produtos base cloro terão mais oportunidades beneficiando, por exemplo, a Chemours e a Bandeirante Brazmo que é distribuidor exclusivo na linha de tintas.” Quanto as questões de desafios, neste primeiro trimestre, as questões logísti- cas via marítima estarão mais prejudi- cadas pelas dificuldades nas rotas al- ternativas devido às restrições no canal de Suez, no Egito, anuncia Menezes, da Bandeirante Brazmo. “Estas ações estão trazendo atrasos acima de 45 dias nas importações e aumentos significativos nos custos dos fretes. Desta forma, pro- dutos provenientes, principalmente, da Ásia sofrerão dificuldades nomínimo no primeiro quadrimestre. Vale tambémsa- lientar que outras origens que aguardam a passagemdestes navios provenientes, por exemplo, da Ásia tambémsão afeta- dos, pois muitas vezes chegam lotados e não param nos portos da Europa, Estados Unidos e México, aumentando estes atrasos de recebimento.” Eduardo Mota, gerente de negócios e fornecedores da Braschemical, informa que, em2023, o crescimentodomercado de tintas foi de 3,4% (Abrafati), umpouco acima do PIB, que está estimado em3,1%. “Já para 2024, a previsão é de 1,5%, e o segmento de distribuição do dióxido de titânio acompanha estes indicadores, já que o mercado de tintas representa mais de 65% do consumo total do TiO2 no país, potencializado pela urbanização acelerada, renovação de infraestrutura urbana e manutenção de edificações, onde o segmento de tinta imobiliária representa 75% domercado. Devido aos altos estoques, o primeiro semestre de 2023 foi bastante desafiador, para este ano prevemos aumentar nosso market- -share no segmento de tinta imobiliária e industrial, se diferenciando por meio de soluções logísticas e serviços para aten- der a expectativa de nossos clientes.” Mota ainda ressalva que 2024 já come- çou com alguns desafios importantes. “Podemos destacar a redução na capa- cidade produtiva global do TiO2, baixos estoques dos fabricantes, alto custo de matéria-prima (Ilmenita), que poderão ter um impacto no preço ao longo deste ano. Além disso, devido aos ataques no canal do mar vermelho, estamos obser- vando um aumento de custo logístico devido a sobretaxa dos armadores, este fator irá impactar no custo de naciona- lização do dióxido de titânio e possível repasse de preço.” Na visão de Rogério Calderon, gerente comercial - Divisão de Tintas da Color- trade, a expectativa para o ano de 2024 é de uma demanda ligeiramente maior que a do ano passado impulsionado pela construção civil, que estámais aquecida devido as quedas dos juros e com pro- jetos sociais como “Minha Casa, Minha Vida” bem como investimentos em in- fraestrutura. “Porém, umdos principais desafios para o ano é a questão logística mundial que estamos passando neste momento. Atentados a navios carguei- ros no mar vermelho traz incertezas para esta rota sobrecarregando navios que transitam na rota Ásia - América do Sul, encarecendo os preços do frete internacional. Outro ponto logístico a se destacar é o gargalo de escoamento dos portos brasileiros que sobrecarregados atrasam chegada dos produtos aos cen- tros de distribuição.” Para Amanda Berger, gerente de produ- to - Chemicals - da Helm do Brasil, este ano iniciou comumpanorama diferente do anterior. “Os clientes e fabricantes ajustaram seus estoques, conseguindo baixá-los para níveis normais de mer- cado. Com isso, acreditamos estar a caminho de uma retomada gradual de demanda em nível mundial do dióxido de titânio. Por outro lado, continuamos enfrentando desafios no cenáriomacro- econômico local e global. Temos uma previsão tímida de crescimento do PIB para o Brasil este ano, potencialmente impactando o segmento. Alémdisso, al- gumas turbulências externas persistem, como a guerra daRússia-Ucrânia e a crise noOrienteMédio - este último inclusive, impactando diretamente nos custos de fretes marítimos internacionais, o que já pode ser observado, principalmente, nas rotas a partir da Ásia.” No contexto atual, o setor enfrenta desafios de alcance global e regional, entre eles, o aumento dos custos de fre- te internacional devido aos eventos no Mar Vermelho, ressaltaMarceloBarbosa Lima, diretor comercial na Intercroma. “A situação se agrava pelas tensões em Israel e Rússia, além das instabilidades econômicas mundiais. Diante deste cenário, é difícil prever o panorama fu- turo do mercado de dióxido de titânio, essencial para a indústria de tintas. No entanto, mantemos uma perspectiva otimista emrelação aomercado interno, que pode proporcionar oportunidades favoráveis para toda a cadeia de supri- mentos de tintas.” Na visão de Víctor Luís Maluf Ama- rilla, diretor técnico e de marketing da Kalium Chemical, o setor depende muito do segmento de construção civil para que o mercado de tintas seja progressivo. “Os setores industriais dependerão da atividade industrial que mostra um pouco de hesitação nos investimentos. Estamos trabalhando com uma expectativa de aumento de 2% a 3% no setor de tintas e, portanto, no setor de TiO2.” Para finalizar as projeções para este ano no setor de distribuição de TiO2, Cristia- no da Mata, gerente de vendas - Tintas & Construção da Química Anastacio, salienta que 2022/2023 foram os piores

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