Revista Paint & Pintura - Edição 295

ARTIGO 30 | PAINT&PINTURA | JUNHO 2024 A COMUNICAÇÃO E PERCEPÇÃO DE VALOR NO MERCADO DE TINTAS ARQUITETÔNICAS Washington Yamaga, da Rácz, Yamaga & Associates Francisco Rácz, da Rácz, Yamaga & Associates Por Francisco Rácz e Washington Yamaga, sócios- fundadores da Rácz, Yamaga & Associates As tintas arquitetônicas no Brasil são classificadas em tintas Econômicas, Standard e Premium, segundo um conjunto de desempenhos que destacam, principal- mente, a durabilidade e rendimento. A precificação tem uma estratégia de valores cuja composição é complexa e cai na armadilha da própria nomenclatura das tintas econômicas como sendo a de melhor preço para uma mesma qualidade. OS NOMES DESTAS CATEGORIAS SÃO CONFLITANTES? Sim, os nomes das categorias de tintas arquitetônicas - Econômicas, Standard e Premium - podem criar con- fusões e serem percebidos como conflitantes, especial- mente, se os consumidores associarem“econômica” uni- camente com “melhor custo-benefício” sem considerar aspectos de qualidade, rendimento e durabilidade. Esse conflito de nomenclatura pode levar ao mal-entendido sobre o desempenho e o valor real de cada categoria. Aqui estão alguns dos problemas potenciais e como eles podem ser abordados: Percepção deQualidade versus Preço: Consumidores po- demassumir que “econômica” significa amelhor escolha em termos de economia semsacrificar a qualidade, o que nem sempre é verdade. Tintas mais baratas, geralmente, oferecem menor durabilidade e rendimento. Expectativas Erradas: Se os clientes esperamque todas as categorias tenhamdesempenho semelhante devido à no- menclatura ambígua, eles podem ficar insatisfeitos com a compra, levando a uma percepção negativa da marca. Dificuldade emDiferenciar os Produtos: Se os nomes não refletem claramente as diferenças de qualidade e aplica- ção, os consumidores podem ter dificuldade emescolher o produto adequado para suas necessidades, resultan- do em escolhas inadequadas. A própria nomenclatura denomina uma das tintas de Standard, ou seja, seria a tinta padrão na tradução do termo internacional. Tintas abaixo delas seriam fora do padrão o ou sub standard? RESOLVENDO OS CONFLITOS DE NOMENCLATURA De alguma forma as marcas líderes do mercado e os esforços do Programa Brasileiro de Qualidade das Tintas têm demonstrado evolução e comprometimento. O que se espera é o engajamento sustentável de todo o setor: Rebranding ou Renomeação: Considerar mudar os nomes das categorias para refletir mais precisamente as características e o valor de cada uma. Por exemplo, renomear de “Econômicas” para “Tintas para Interiores”, a chamada “Standard” para “Exteriores e Interiores”, e as chamadas “Premium” poderá ser “Tintas para exteriores de alta durabilidade”. Assim, teríamos expectativas mais claras, ou simplesmente tipo 1, tipo 2, tipo 3 etc., com uma tabela de referência com funcionalidades / benefícios associados. Algo parecido com o que já é feito para outros revestimentos. Contudo, persistir na nomenclatura de produtos como “Econômico” para tintas que oferecem menor resistência às intempéries, requerem maior volume para cobertura equivalente e demandammais tempo na aplicação podendo levantar questões éticas. Se umproduto é in- ferior emdiversos aspectos funcionais, rotulá-lo simplesmente como “Econômico” pode contradizer princípios da transparência ética? Educação Clara na Comunicação: Em toda a comunicação de marketing, é necessário ser explícito sobre o que cada categoria oferece e para quem ela é ideal. Esclarecer que não se trata de um produto inferior, mas, sim, mais adequada para aplicações menos exigentes. Ou ao contrário, não existe uma tinta superior, apenas tintas adequadas para aplicações distintas.

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