Revista Paint & Pintura - Edição 295

EMBALAGENS METÁLICAS 36 | PAINT&PINTURA | JUNHO 2024 não faz diferença. Há que ter consciência da indústria.” Thais ainda informa que as medidas para reverter são hoje discutidas no Brasil e no mun- do. “No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente discute um decreto para logística reversa de embalagens plásticas. No Congresso, a discussão do PL 2524, que fala em economia circular de plásticos e proibição de plásticos de uso único. O PL foi projetado e é defendido pela organização não go- vernamental e mundial, Oceana. No mundo, há o tratado global para plásticos. Precisamos como sociedade avançar urgentemente nesta temática.” PRINCIPAIS VANTAGENS DE UTILIZAÇÃO DAS EMBALAGENS METÁLICAS FRENTE AS EMBALAGENS PLÁSTICAS Do ponto de vista ambiental, as embalagens metálicas são mais sustentáveis que os baldes plásticos, por exemplo, uma vez que são 100% e infinitamente recicláveis, afirma Thais. “Portanto, ao usar produtos embalados em latas de aço, se reduz a utilização de matérias-primas, consumo de energia e emissão de gases de efeito estufa, principalmente quando comparamos os produtos com invólucros de material recicla- do, que exigemaindamenos recursos quando comparados ao que seria necessário se consumir para a produção demateriais para primeiro uso. As latas de aço fornecem uma série de be- nefícios comerciais, como possibilitar maiores empilhamentos devido à resistência do aço, otimizando espaços, o que não é possível em embalagens de outros materiais.” De acordo coma presidente executiva da Abeaço e Prolata, os benefícios para o armazenamento de alimentos são aindamais expressivos. “Os enlatados oferecemomelhor custo-benefício e podem ser uma boa opção para quem quer aliar praticida- de com saúde. O processo usado nos alimentos enlatados não modifica em nada a natureza deles. Proteínas, lipídios e glicídios dos alimentos são preservados, assim como as pro- priedades das verduras, frutas, peixes, frutos domar e carnes são preservados com todos os seus valores naturais. Isto é, a lata dispensa completamente os conservantes químicos, preservando os alimentos e mantendo todas as propriedades nutritivas e de sabor. Além disso, a embalagem de aço prote- ge o produto armazenado da luz e de qualquer outro agente externo. No caso dos alimentos, protege todos os elementos sensíveis à luz, como as vitaminas A, K e os ácidos fólicos. No caso das tintas, protege os pigmentos.” AUMENTO DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO DO AÇO EM 2024 O Brasil conta com um único produtor de folhas metálicas, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Os setores que dependem do fornecimento dessas folhas metálicas, portanto, adquirem o produto da CSN ou importam de diversas origens, explica Thais, da Abeaço. “Nesse cenário, a elevação tarifária sobre as importações desse insumo onerará de forma importante as importações do produto, em detrimento de setores relevantíssimos para a economia brasileira que dependem do fornecimento fluido e de preços competitivos do insumo emquestão, compotenciais impactos sobre preços de produtos feitos com a matéria- -prima. O aço é a matéria-prima principal para a confecção da lata representando de 60% a 70% do custo da embalagem, então afetaria diretamente o preço das latas.” A Abeaço representa o setor junto aoMinistério do Desenvol- vimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), mostrando dados que comprovamque a única beneficiada coma elevação da tarifa de importação sobre as folhasmetálicas de aço seria a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que exercemonopólio nacional desta matéria-prima utilizada em embalagens, infor- ma Thais. “Alémdisso, o pleito para os NCMs das folhas de aço para embalagens era exclusivamente da CSN. Com a decisão de separar o aço destinado para embalagens do conjunto de importações preservou-se preços e impediu impactos na cesta básica de alimentos e em programas como Minha Casa Minha Vida, o qual usa tintas, além da preservação de 20 mil empregos diretos da indústria nacional. A indústria fabricante de latas é 100% nacional, de médio porte e majoritariamente familiar. Aproveitamos para externar o nosso apoio também a não majoração do imposto de importação da lista pleiteada pela Abiquim. Estamos alinhados com a Abrafati e apoiamos integralmente a não majoração, visto o forte impacto que poderá acarretar a indústria de tintas.” A Abeaço está agindo ativamente sobre essa situação do au- mento do imposto de importação. “Colaboramos fornecendo informações ao MDIC por meio de ofícios. Nesse cenário, eventual majoração da alíquota de importação desse insumo oneraria de forma importante as importações do produto, em detrimento de setores relevantíssimos para a economia brasileira que dependem do fornecimento fluido e a preços competitivos do insumo emquestão, compotenciais impactos inclusive a nível alimentar, sobre preços de produtos da cesta

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