Show do Pintor Profissional - Edição 250

SHOW DO PINTOR • MAIO 2024 39 PREVENÇÃO Ausência de projetos, não observância de nor- mas, gambiarras, falta de qualificação do profis- sional eletricista, uso inadequado de EPI (Equi- pamento de Proteção Individual). Estas são algumas das causas dos acidentes provocados por choques elétricos nas obras, apontadas por José Bassili, gerente de Segurança Ocupacional do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), e Gianfranco Pampalon, consultor de Segurança do Trabalho da entidade. Por ocasião da campanha Abril Verde e do Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho (28 de abril), Bassili e Pampalon destacam que, na construção civil, os acidentes graves e fatais provocados por choques elétricos são os terceiros mais frequen- tes. Correspondema 20%dos acidentes nas obras, atrás daqueles causados por quedas de trabalha- dores (28%) e quedas de materiais (24%). “Além de ocasionar grave dano físico ou fatal ao trabalhador, esses acidentes custam caro às construtoras. Ademais dos prejuízos com as reparações trabalhistas, afetam os equipamen- tos elétricos, comprometendo o andamento da obra. A falta de projeto, por exemplo, pode le- var a superaquecimento dos condutores, incên- COMO EVITAR ACIDENTES OCASIONADOS POR CHOQUES ELÉTRICOS NAS OBRAS dios, sobrecarga e maior consumo de energia elétrica. Tudo isso aumenta ainda mais o prejuí- zo financeiro”, afirmam. A área de Segurança Ocupacional do Seconci- -SP pode orientar as construtoras sobre como devem proceder para evitar esses acidentes e sobre o que deve ser exigido das empresas e dos profissionais que lhes fornecem serviços e materiais de instalações elétricas. Veja as principais recomendações de Bassili e Pampalon para evitar esses acidentes nas obras: • Profissionais devem ter formação de eletricis- tas e curso de segurança de no mínimo 40 ho- ras. No curso de segurança, o eletricista também aprende sobre primeiros socorros, capacitando- -o a realizar ressuscitação cardiopulmonar e sal- var vidas. Trabalhadores como os “pedricistas”, geralmente pedreiros que atuam também como eletricistas sem terem esta formação, trazem grande risco. A cada dois anos, os eletricistas pre- cisam fazer um treinamento de reciclagem. • Instalações elétricas temporárias nas obras requerem projetos bem executados. Tempo- rárias não significa que essas instalações de- vam ser precárias. • Projetos superficiais ou simplesmente au- sentes são inaceitáveis. Projetos e instalações devem ser elaborados de acordo com as nor- mas técnicas e adequados para ambientes úmidos ou molhados, sem gambiarras. Deta- lhes como aterramento elétrico bem executa- do conforme normas técnicas vigentes preci- sam ser bem cuidados. • EPIs corretos devem ser utilizados adequa- damente. Por exemplo, existe um tipo de luva isolante para cada voltagem. É preciso fazer en- saios anuais desses equipamentos, para a aferi- ção de sua qualidade. • Materiais elétricos devem ser adquiridos de fornecedores de marcas idôneas. Precisam atender as especificações das normas e ter qua- lidades industriais, como, por exemplo, cabos com duplo isolamento. Atenção para produtos baratos, porém não conformes, e nada de usar fio de abajur! • Empresas terceirizadas precisam ser avaliadas antes da contratação. Exija delas o PGR (Plano de Gerenciamento de Riscos), o PCMSO (Pro- grama de Controle Médico de Saúde Ocupacio- nal) e os ASOs (Atestados de Saúde Ocupacio- nal), comprovando a aptidão dos trabalhadores para aquele serviço e também para trabalho em altura. Cheque as informações prestadas, pre- cavendo-se de documentações falsas. • Manutenção periódica das instalações tem- porárias deve ser realizada para prevenir fa- lhas que levem a choques. Deve-se verificar se os cabos estão devidamente protegidos contra impactos mecânicos e que não obstruam a mo- vimentação de pessoas, equipamentos e mate- riais no canteiro. A obra precisa ter uma sinalização adequada, alertando e identificando pontos de perigo de choque. “Seguir a Normas Regulamentadoras e as Nor- mas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) já é um passo muito grande na pre- venção de choques nas obras”, concluem.

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