Show do Pintor Profissional - Edição 255

SHOW DO PINTOR • OUTUBRO 2024 6 INOVAÇÃO A brasileira Montana Química e a britânica Ver- sarien firmaram uma parceria que vai alavancar o uso de grafeno no mercado nacional, em um negócio que envolve inicialmente 50 mil libras (R$ 350 mil), seguidos de adicionais 25 mil libras (R$ 175 mil) quando do início de produção, além do pagamento de royalties sobre a propriedade intelectual. O material, quando incorporado aos produtos, melhora suas propriedades químicas e físicas, garantindo assim maior resistência e durabilidade. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB- -CPRM), o Brasil é o segundo maior país em reservas de grafita, que dá origem ao grafeno, e é o terceiro maior fornecedor mundial do mi- neral. O negócio visa a capacitação brasileira na Inglaterra, sede da Versarien, para o posterior desenvolvimento da tecnologia dentro da Mon- tana Química. Doutor pela Universidade de São Paulo e quími- co especialista da Montana Química, Fernando Menegatti afirma que o grafeno, na literatura, apresenta muitas vantagens, mas ainda é pouco PARCERIA ENTRE MULTINACIONAIS ACELERA AVANÇO DA TECNOLOGIA DO GRAFENO NO BRASIL MONTANA QUÍMICA FECHA ACORDO COM BRITÂNICA VERSARIEN PARA POTENCIALIZAR A TECNOLOGIA NO BRASIL; VERSÁTIL, O GRAFENO PODE SER UTILIZADO NA CONSTRUÇÃO CIVIL, EM TINTAS E REVESTIMENTOS, ELETRÔNICOS, PLÁSTICOS DE ENGENHARIA E LUBRIFICANTES, CONFERINDO NOVAS PROPRIEDADES OU APRIMORANDO AS EXISTENTES explorado pelo mercado. “O material apresenta grande potencial e tem se mostrado um ótimo aditivo para a construção civil. Como o grafeno reduz o teor de ar quando adicionado à massa de concreto, isto facilita consideravelmente a mistura, transporte, moldagem e acabamento, além de conferir maior durabilidade”. Ele explica que; “além disso, o grafeno confere inércia química e condutividade elétrica a tintas e revestimentos. Dentro do mercado têxtil, por ser ummaterial de baixa densidade e de alta fle- xibilidade, traz leveza e resistência aos tecidos, além de potencializar a capacidade dos lubrifi- cantes por conferir ótima dissipação térmica ao sistema. Hoje, diante dos desafios científicos enfrentados, cabe às áreas de desenvolvimen- to se unirem para que o material seja cada vez mais difundido pelo mercado brasileiro.” ALÉM DO DESEMPENHO Em 2018, o setor global de edificações e cons- trução foi responsável por 36% do consumo fi- nal de energia e 39% das emissões de dióxido de carbono (CO2) relacionadas aos seus processos industriais. “A introdução de materiais à base de grafeno em compósitos de cimento influencia o processo de hidratação e a microestrutu- ra da fase cimentícia, resultando no reforço geral do compósito. O grafeno, um material bidimen- sional com alta área superficial, pode atuar como semente de nucleação, ace- lerando a reação de hidratação do cimento no estágio inicial, o que nos possibilitaria reduzir a quantidade dos insumos das misturas, contri- buindo assim para avanços na redução de CO2”, afirma. LICENCIAMENTO DE PRODUTOS “Nosso core business é a madeira, mas não podemos nos furtar à inovação e à ampliação de portfólio”, afirma Andreas Von Salis, diretor superintendente da Montana Química. “Por isso decidimos desenvolver complementos im- portantes para nossa estratégia com o uso do grafeno. Poucos lugares do mundo estão utili- zando o grafeno na prática, e seremos um dos pioneiros.” A empresa criou, em outubro de 2022, seu Cen- tro de Pesquisa & Inovação com o objetivo de buscar soluções com o uso de materiais avan- çados para os mais diversos mercados. “Nossa ideia é incorporar novas soluções aos produtos do varejo e da indústria. Isso não vai apenas nos beneficiar, mas também será importante para toda a cadeia”, declara o executivo. “Estamos muito satisfeitos com a parceria com a Montana, uma empresa líder em seu segmen- to na América do Sul, e esperamos colaborar es- treitamente com ela à medida que traz ao mer- cado produtos aprimorados pela tecnologia da Versarien”, declara Stephen Hodge, presidente- -executivo da multinacional britânica. Andreas Von Salis, diretor superintendente da Montana Química Fachada Montana Quimica

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