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nas últimas semanas, certamente não
é bom para mercado, pois a maioria
da empresas que importam produtos
químicos tem sua dívida em dólar, e
com esta variação de um dia para
o outro a dívida aumenta de acordo
com a variação do dólar. Além disso,
como a maioria dos produtos quími-
cos importados é negociada em dólar,
isso faz com que o mercado se retraia;
os clientes postergam suas compras
apostando em uma queda na cotação
do dólar, os estoques são reduzidos e
as compras são realizadas ao mínimo
necessário. A alta do dólar aumenta
o custo em reais das empresas consu-
midoras de matérias-primas. Como os
clientes vendem ao mercado final em
reais, existe uma dificuldade natural
na renegociação de preços com seus
clientes, provocando retração nas
compras.
Também existe um impacto nos esto-
ques dos distribuidores. A gestão do
estoque é fundamental nestes mo-
mentos de subida e descida do dólar.
Alto ou baixo, o cenário ideal é o de
estabilidade na cotação do dólar, sem
mencionar outros efeitos na economia.
Caso o distribuidor consiga manter
suas vendas em dólar, mantendo seus
custos fixos em reais, há uma redução
percentual nos custos da empresa pelo
aumento do faturamento em reais.
Enfim, as metas em faturamento e
volume deverão ser atingidas, porém
a rentabilidade será menor. Também
existe maior risco de inadimplência.
A previsão é de que omercado de tintas
historicamente apresentará um segun-
do semestre mais forte, comampliação
da produção para o final do ano. Ape-
sar do resultado relativamente fraco
no início de 2012, o mercado acredita
na recuperação da demanda para o pe-
ríodo seguinte. Ainda assim os resulta-
dos devem ficar abaixo do crescimento
observado ao longo de 2011.
Infelizmente, não podemos deixar de
mencionar a crise econômica interna-
cional, e que de alguma forma reflete
na economia do Brasil, ou seja, ainda
não está totalmente imune, o que
reflete no mercado, e consequente-
mente nos negócios. Apesar de todos
esses fatores, a previsão é de um ano
razoável para 2012, com crescimento
de 5% a 6% em moeda forte, ou seja,
com dois pontos percentuais acima do
PIB, que deverá ficar entre 3% e 4%.