Revista Paint & Pintura - Edição 249

EMBALAGENS 70 | PAINT&PINTURA | Novembro 2019 A Associação Brasileira de Embala- gens de Aço (Abeaço) reuniu na Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) autoridades públicas e pri- vadas para discutir, junto como público, soluções capazes de reduzir os resíduos gerados por embalagens, enquadrando o setor nas exigências da Política Nacio- nal de Resíduos Sólidos (PNRS). O Brasil gera cerca 78,4 milhões de to- neladas de resíduos sólidos por ano e 70% dos municípios têm algum tipo de coleta coletiva. No entanto, os serviços públicos de limpeza não conseguem abranger nem metade do lixo produzi- do. O resultado do descarte incorreto de produtos que têm potencial de reci- clagem gera danos ao meio ambiente e à saúde humana. A presidente da Abeaço, Thais Fagury, apresentou o case da Prolata, associa- ção que tem como foco a correta desti- nação de latas de aço para reciclagem. AProlata foi a primeira entidade gestora para logística reversa de embalagens reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente. Além de contar commais de 30 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) em todo o País, a Prolatamobiliza, hoje, mais de 50 cooperativas de reciclagem. Desde a fundação da associação, já fo- ram coletadas e recicladas mais de 28 mil toneladas de aço. “Nosso objetivo é criar condições para que a cadeia de reciclagem da lata de aço se complete, ABEAÇO DESTACA A IMPORTÂNCIA DA EMBALAGEM FRENTE À POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ASSOCIAÇÃO REALIZA EVENTO PARA DEBATER SOLUÇÕES DE REDUÇÃO DOS RESÍDUOS GERADOS PELAS EMBALAGENS envolvendo os fabricantes de latas, fabricantes de produtos, cooperativas, consumidor final e indústria siderúrgica. Hoje, 100% das embalagens coletadas pela Prolata são recicladas por uma única siderúrgica parceira. Mas estamos buscando mais parcerias na indústria siderúrgica”, revela Thais. MODELO PROLATA O modelo de reciclagem instituído pela Prolata foi inspirado no case da Suécia, país bem-sucedido não apenas em seus índices de reciclagem, que chegam a 82%, no caso das latas de aço, mas tambémnomodelo instituído, que gera eficiência e prevê o compartilhamento de responsabilidade entre todos os elos da cadeia. O presidente do Conselho de Inovação e Competitividade da FIESP, Antônio Teixeira, destacou que o mo- delo de reciclagem que a Prolata está adotando noBrasil foi estabelecido após um rigoroso trabalho de benchmark em países europeus. Embora a Alemanha, por exemplo, re- cicle 96% das latas pós-consumo, o mo- delo adotado é baseado em um padrão de logística reversa extremamente caro, pois as embalagens sãoentregues à cole- ta emumúnico saco de lixo, geralmente de cor amarela. Jána Suécia estabeleceu- -se um sistema em que a cadeia de pro- dução tem que criar condições para que o consumidor deposite suas embalagens voluntariamente, já separando-as por categoria, o que dá eficiência ao sistema e reduz o custo. “Comestemodelo, a Abeaço e a Prolata saíram na frente. Mas nada será possí- vel se não motivarmos o consumidor a colaborar”, destacou o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Estamparia e Metais (Siniem), Rogério Marins. Ele lembra que algunsmercados no país, migraram da lata de aço para a embalagem plástica apenas visando o custo. “Muitas vezes vemos o consumi- dor levando para casa um produto em- balado em algo que não é reciclável por causa de alguns centavos de diferença. Em algummomento as pessoas vão ter que entender que é uma economia que vai gerar custos para toda a sociedade. Se nossa geraçãonão compreender isso, talvez a dos nossos filhos entenda”, afirmou Marins. EMBALAGENS: UM ITEM ESSENCIAL À VIDA O ponto da discussão em torno da logís- tica reversa de embalagens deve ser o grau de reciclabilidade e o fimque se dá

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