Revista Paint & Pintura - Edição 292

SUSTENTABILIDADE 26 | PAINT&PINTURA | MARÇO 2024 avançado e o nível 4 o estágio referência. Ao final do pro- cesso de preenchimento por todas as empresas participan- tes, temos uma visão geral do setor. Cada empresa recebe o seu resultado individual, mostrando emqual dos quatro níveis se encontra e qual é a sua situação na comparação com a média do setor e com o benchmark, tanto no resultado geral, quanto nos 17 subtemas emque se enquadramos indica- dores. Opreenchimento é relativamente simples, mas envolve o conhecimento da situação da empresa. Em caso de dúvidas, há ummanual com informações e instruções detalhadas, e as empresas contam tambémcomo apoio da Abrafati e do Akatu para resolver dúvidas.” EXPANSÃO DO PROGRAMA O programa começou com o sistema de autoavaliação, mas já teve o seu escopo ampliado, englobando outras ações, como o programa para o atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos, o trabalho ligado às soluções para as sobras de tintas, a mensuração de emissões de GEE (gases de efeito estufa), a colaboração para que a regulação - como no caso do chumbo em tintas - siga os padrões internacionais. OConselhoDiretivo e o Comitê de Sustentabilidade da Abrafati consideraram fundamental estabelecer metas claras e con- cretas para balizar o nosso avanço, anuncia Cindy. “O ano de 2030 foi definido como o horizonte, com três metas a serem alcançadas. A primeira é termos a participação de 100% dos fabricantes associados e chegarmos, setorialmente, ao nível Avançado. A segunda meta está ligada à economia circular e envolve ampliar as ações voltadas para a reciclabilidade de em- balagens e promover soluções economicamente sustentáveis para sobras de tintas. A terceirameta começa pelamensuração das emissões deGEE (gases de efeito estufa) do setor, em2024, com a subsequente definição de metas para a redução dessas emissões até 2030. Alémdisso, estabelecemos o compromisso setorial de trabalhar para que a regulação relacionada ao nosso setor siga os melhores padrões globais.” BALANÇO DO PSS O programa foi muito bem aceito e já se consolidou, entre os participantes, como uma importante ferramenta de melhoria contínua e gestão interna das empresas, comemora Cindy. “A avaliação anual fornece um retrato da situação do setor, o que possibilita o planejamento e o desenvolvimento de ações de maneira conjunta e individual: a Abrafati elabora planos de ação anuais para avançar empontos específicos da agenda de sustentabilidade e, ao mesmo tempo, cada fabricante pode identificar ações prioritárias e valorizar práticas já adotadas.” A Abrafati já conseguiu ver resultados concretos de um ano para o outro, anuncia Cindy. “Em 2023, a participa- ção de fabricantes associados aumentou em relação ao ano anterior, superado a marca dos 90%. Juntamente com isso, o setor atingiu o nível Intermediário, como já havia ocorrido em 2022, mas houve crescimento - de 48% para 52% - no percentual de atendimento das melhores práticas nos 44 indicadores considerados na avaliação. Amelhoria de um ano para o outro se deu especialmente nos quatro subtemas que foram traba- lhados setorialmente em2023, coma realização deworkshops específicos: Governança Corporativa; Diversidade e Inclusão; Qualidade do Ar e Emissões; e Cadeia de Fornecimento Sus- tentável.” Esse resultado confirma que, em alguns aspectos, a indústria de tintas já está em um estágio bastante evoluído, salienta Cindy. “O desempenho foi muito bom, por exemplo, em Saú- de, Segurança e Qualidade de Vida do Trabalhador; Relações Trabalhistas; e Desenvolvimento, Educação e Fortalecimento da Ciência. Porém, ainda existe bastante espaço para melho- rar em outros temas, até porque o nível de exigência é alto, justamente para estimular o aperfeiçoamento.” EVOLUÇÃO DO SETOR DE TINTAS EM SUSTENTABILIDADE Podemos dizer, com convicção, que a sustentabilidade ocupa papel cada vez mais central na estratégia dos fabricantes de tintas, segundo Cornacchioni. “A receptividade ao PSS é uma prova disso. Todos querem entender como podem avançar nessa área. Como os resultados dos dois primeiros ciclos de avaliação do programamostram, já foi percorrido umcaminho significativo, pois a ‘régua’ (o nível de exigência) foi colocada alta para estimular a melhoria contínua, mas ainda há espaço para evoluirmos como setor e existe uma clara consciência em relação a isso.” Opresidente-executivo da Abrafati ainda ressalta que, em rela- ção a esse aspecto, a sustentabilidade é hoje umdos principais fomentadores do trabalho contínuo do setor na direção da inovação tecnológica. “Os investimentos em pesquisa, envol- vendo fabricantes e seus fornecedores, têm trazido avanços na seleção e utilização dematérias-primas, nos processos pro- dutivos e logísticos, na aplicação dos produtos e na disposição e reaproveitamento de resíduos, encontrando fortes sinergias com o trabalho desenvolvido em busca de melhoria de per- Daniel Geiger Campos, presidente da AkzoNobel para América Latina (na plenária do Abrafati Show sobre o tema)

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