Show do Pintor Profissional - Edição 248

SHOW DO PINTOR • MARÇO 2024 34 a média do setor e com o benchmark, tanto no resultado geral, quanto nos 17 subtemas em que se enquadram os indicadores. O preenchimento é relativamente simples, mas envolve o conhecimento da situação da em- presa. Em caso de dúvidas, há um manual com informações e instruções detalhadas, e as empresas contam também com o apoio da Abrafati e do Akatu para resolver dúvidas.” EXPANSÃO DO PROGRAMA O programa começou com o sistema de autoavaliação, mas já teve o seu escopo ampliado, englobando outras ações, como o programa para o atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos, o trabalho ligado às soluções para as sobras de tintas, a mensuração de emissões de GEE (gases de efeito estufa), a colaboração para que a regulação - como no caso do chumbo em tintas - siga os padrões internacionais. O Conselho Diretivo e o Comitê de Sustentabilidade da Abrafati considera- ram fundamental estabelecer metas claras e concretas para balizar o nos- so avanço, anuncia Cindy. “O ano de 2030 foi definido como o horizonte, com três metas a serem alcançadas. A primeira é termos a participação de 100% dos fabricantes associados e chegarmos, setorialmente, ao nível Avançado. A segunda meta está ligada à economia circular e envolve am- pliar as ações voltadas para a reciclabilidade de embalagens e promover soluções economicamente sustentáveis para sobras de tintas. A terceira meta começa pela mensuração das emissões de GEE (gases de efeito estu- fa) do setor, em 2024, com a subsequente definição de metas para a redu- ção dessas emissões até 2030. Além disso, estabelecemos o compromisso setorial de trabalhar para que a regulação relacionada ao nosso setor siga os melhores padrões globais.” BALANÇO DO PSS O programa foi muito bem aceito e já se consolidou, entre os participantes, como uma importante ferramenta de melhoria contínua e gestão interna das empresas, comemora Cindy. “A avaliação anual fornece um retrato da situação do setor, o que possibilita o planejamento e o desenvolvimento de ações de maneira conjunta e individual: a Abrafati elabora planos de ação anuais para avançar em pontos específicos da agenda de sustentabi- lidade e, ao mesmo tempo, cada fabricante pode identificar ações prioritá- rias e valorizar práticas já adotadas.” A Abrafati já conseguiu ver resultados concretos de um ano para o outro, anuncia Cindy. “Em 2023, a participação de fabricantes associados aumen- tou em relação ao ano anterior, superado a marca dos 90%. Juntamente com isso, o setor atingiu o nível Intermediário, como já havia ocorrido em 2022, mas houve crescimento - de 48% para 52% - no percentual de aten- dimento das melhores práticas nos 44 indicadores considerados na avalia- ção. A melhoria de um ano para o outro se deu especialmente nos quatro subtemas que foram trabalhados setorialmente em 2023, com a realização de workshops específicos: Governança Corporativa; Diversidade e Inclu- são; Qualidade do Ar e Emissões; e Cadeia de Fornecimento Sustentável.” Esse resultado confirma que, em alguns aspectos, a indústria de tintas já está em um estágio bastante evoluído, salienta Cindy. “O desempenho foi muito bom, por exemplo, em Saúde, Segurança e Qualidade de Vida do Trabalhador; Relações Trabalhistas; e Desenvolvimento, Educação e Forta- lecimento da Ciência. Porém, ainda existe bastante espaço para melhorar em outros temas, até porque o nível de exigência é alto, justamente para estimular o aperfeiçoamento.” EVOLUÇÃO DO SETOR DE TINTAS EM SUSTENTABILIDADE Podemos dizer, com convicção, que a sustentabilidade ocupa papel cada vez mais central na estratégia dos fabricantes de tintas, segundo Cornac- chioni. “A receptividade ao PSS é uma prova disso. Todos querem entender como podem avançar nessa área. Como os resultados dos dois primeiros ciclos de avaliação do programa mostram, já foi percorrido um caminho significativo, pois a ‘régua’ (o nível de exigência) foi colocada alta para es- timular a melhoria contínua, mas ainda há espaço para evoluirmos como setor e existe uma clara consciência em relação a isso.” O presidente-executivo da Abrafati ainda ressalta que, em relação a esse aspecto, a sustentabilidade é hoje um dos principais fomentadores do tra- balho contínuo do setor na direção da inovação tecnológica. “Os inves- timentos em pesquisa, envolvendo fabricantes e seus fornecedores, têm trazido avanços na seleção e utilização de matérias-primas, nos processos produtivos e logísticos, na aplicação dos produtos e na disposição e rea- proveitamento de resíduos, encontrando fortes sinergias com o trabalho desenvolvido em busca de melhoria de performance e do nível de qualida- de (o que inclui a conformidade técnica). Seguimos avançando, portanto!” Deve ser destacado que atuar com responsabilidade está na essência do setor, cujos produtos também desempenham um papel fundamental do ponto de vista da sustentabilidade, acrescenta Cornacchioni. “As tintas proporcionam proteção às mais diferentes superfícies, evitando a sua de- terioração e a consequente necessidade de consumir mais energia e ma- térias-primas para recuperar danos ou substituir bens. Na madeira, por exemplo, a durabilidade proporcionada pela pintura evita ou adia a neces- sidade de reposição. O mesmo vale para diversos produtos ou estruturas de alvenaria, aço e outros materiais (imóveis, pontes, automóveis, navios etc.). As tintas anticorrosivas são outro bom exemplo, evitando a deterio- ração de plataformas de petróleo, tanques, dutos e outros tipos de instala- ções, que podem provocar danos sérios ao meio ambiente.” A evolução tecnológica, nos últimos anos, levou à utilização de menor quantidade de tintas em todos os tipos de veículos, resultando em econo- mia de combustível e redução das emissões de CO2, destaca Cornacchioni. “A eficiência na aplicação e a implementação de novos processos também resultaram em redução de desperdícios de produto, representando ga- nhos pelas perspectivas econômica e ambiental. Há, ainda, a economia de energia que o uso dos nossos produtos pode proporcionar, como no caso da utilização bem planejada de tintas imobiliárias que tragammelhorias na luminosidade do ambiente e/ou na redução da temperatura. Um exemplo disso são os diversos projetos para pintar na cor branca telhados ou gran- des áreas de estacionamento descoberto, para minimizar as ilhas de calor nas cidades. Esses são apenas alguns, entre muitos outros, exemplos de como as tintas contribuem com a sustentabilidade”, conclui. Daniel Geiger Campos, presidente da AkzoNobel para América Latina (na plenária do Abrafati Show sobre o tema)

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