Fábrica de Graffiti colore Minas Gerais

22/09/2021 - 14:09

Patrocinado pela Fundação Arcelor Mittal, o projeto de democratização da arte de rua reuniu 14 artistas para pintar 2.000m² de muro

A cidade de João Monlevade (MG) ganhou mais vida. A área industrial e cinza da cidade recebeu a visita inusitada de 14 artistas que realizaram a pintura de 2.000m² de muros e uma empena de 18m de altura e 50m de comprimento, a maior já grafitada no interior de Minas Gerais. O projeto, patrocinado pela Fundação Arcelor Mittal por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, é uma realização da Fábrica de Graffiti, que tem o objetivo de democratizar a arte e humanizar distritos industriais por meio da arte urbana, e que, em sua missão, já passou por Contagem (MG), Feira de Santana (BA) e Barra Mansa (RJ). A quarta edição do projeto também contou com uma programação cultural paralela para integrar a comunidade no saber e no fazer da arte do graffiti e tudo foi realizado atendendo às normas de segurança relativas à pandemia de Covid-19.

Além da excelência técnica, os artistas convidados - Alberto Tadeu (Tot), Barbara Daros, Bruna Ferreira Gonçalves (Pimenta), Bobylly, Fernando dos Santos (Fhero), Gabriella Biga, Kaká Chazz, Lídia Viber, Mariana Marinato, Pedro Stryper, Sâmela Moreira, Sérgio Ilídio, Silvana Assunção (Sil) e Thiago Moska - colocaram identidade e alma em suas obras, que contaram desde a história da família criada em João Monlevade, passando pela relação pessoal com a dislexia, até múltiplos olhares sobre o universo feminino e o meio ambiente.

Empena de 18m x 50m pintada pelo projeto Fábrica de Graffiti, na siderúrgica Arcelor Mittal, em João Monlevade (MG)

Do papel ao muro, 400 mil litros de tinta e 2 mil latas de spray foram utilizados, e a arte desenvolvida por cada artista ganhou novas nuances ao se conectar às artes dos demais, por meio de esquemas de cores e elementos visuais que transpassam as obras. O trabalho simultâneo e conjunto deu harmonia à união de diferentes temas e estilos e transformou cada arte em algo novo e surpreendente.

Nesse período, o graffiti se tornou o grande assunto da cidade. A produtora executiva da Fábrica de Graffiti, Paula Mesquita Lage, conta que “o projeto virou ponto turístico, as pessoas vinham fazer fotos, assistir à produção das pinturas, se tornou até o ponto de parada de um grupo de ciclistas. Recebíamos agradecimentos como ‘olhar para essas artes vai melhorar meus dias de trabalho’, isso representa uma mudança radical no cotidiano dessas pessoas. Cidades industriais são carregadas e conseguimos trazer leveza a mais uma delas. Estamos muito felizes com a recepção da comunidade de João Monlevade!”.

Envolvendo a comunidade 
Como nas edições anteriores, o projeto incluiu ações para estimular a cena do graffiti na cidade e fazer uma integração com artistas locais. O grafiteiro e arte-educador da Fábrica de Graffiti, Gabriel Skap, realizou uma palestra na Casa de Cultura de João Monlevade com o tema “Introdução ao Graffiti”, abordando a história da arte urbana, suas técnicas e desmistificando a relação entre picho e graffiti. Com o sucesso da palestra e lotação máxima, o encontro educativo foi realizado mais uma vez para que mais pessoas pudessem participar. Também foram organizadas visitas técnicas ao local de produção dos graffitis. Os participantes eram acompanhados por um integrante da equipe da Fábrica de Graffiti, que explicava o projeto, e tinham a oportunidade de conversar com os artistas para conhecer seu processo criativo.

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