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rão Preto (SP), tem o objetivo de aprender a
construir o programa defnitivo. O conceito é
muito simples e envolve investimento baixo,
sendo esperado que as latas recolhidas e en-
caminhadas para reciclagem cubram o custo
mensal de manutenção do projeto”, explicou,
salientando que o reaproveitamento do aço é
muito positivo para a economia e meio am-
biente.
O Encontro de Brigadas de Emergência, pro-
movido anualmente pela Abrafati, foi o tema
de Eduardo de Carvalho, da BASF. Ele explicou
o funcionamento do evento, assegurando que
seria uma descrição incompleta dizer que se
trata de um momento lúdico. “O objetivo é
promover integração das empresas e o apri-
moramento das técnicas usadas por suas
brigadas”, explicou. Lembrou ainda a im-
portância de aprender com os próprios er-
ros e, mais ainda, com os erros dos outros,
citando, entre outros casos, o acidente ocor-
rido em Diadema no início de 2009 como
um exemplo para esse aprendizado.
Emissões sob controle
Umtemamuitoatual e aindapouco conhecido
foi abordado pela engenheira química Fátima
Pinto, da Ecouniverso: a pegada de carbono
ou carbon footprint, conceito que substitui o
termo inventário de GEE (Gases de Efeito Es-
tufa).“O primeiro objetivo de fazer essa medi-
ção é reduzir as emissões. Essa é uma tendên-
cia que vem crescendo no mundo e algumas
empresas já estão incluindo em seus rótulos
informações sobre a sua pegada de carbono
e muitas estão aderindo ao Supply Chain Lea-
dership, o que signifca que passarão a exigir
de seus fornecedores o dimensionamento e
posterior redução de emissões”, explicou.
Uma informação muito útil trazida por Fá-
tima foi sobre as fontes de emissão de GEE
em indústrias de tintas. “As fontes diretas,
que envolvem queima de combustíveis, gera-
ção de metano ou uso de substâncias, como
HFCs, são as caldeiras, os geradores a diesel,
as empilhadeiras, o refeitório, a estação de
tratamento efuentes e os equipamentos de
refrigeração e ar condicionado”, explicou.
Hoje, os inventários exigidos são do tipo “do
berço ao túmulo”, por isso devem ser conta-
bilizadas também as emissões indiretas, que
resultam de todos os processos envolvidos no
ciclo de vida do produto, da extração de ma-
térias-primas ao descarte ou reciclagem. “É
importante saber que produtos e serviços de
baixa intensidade de carbono terão vantagem
competitiva no mercado. Esse já é um aspecto
levado em conta por índices como Dow Jones
e ISE e ganhará maior peso”, alertou.
Milton Norio Sogabe, engenheiro da área de
qualidade do ar da Cetesb (Companhia de
Tecnologia de Saneamento Ambiental), tratou
da poluição do ar e das bacias aéreas. Mos-
trou a situação existente no Estado de São
Paulo, onde as áreas metropolitanas de São
Paulo, Campinas e Santos concentram boa
parte da produção industrial e estão de cer-
ta forma conturbadas, situação que difculta
a dispersão dos poluentes. “Por isso, as cida-
des vizinhas a esses três municípios muitas
vezes são afetadas”, informou. Destacando
que uma parcela importante das emissões se
deve ao modelo que privilegiou o transporte
individual, Sogabe também incluiu as quei-
madas oriundas da plantação de cana como
um problema crítico no Estado, mas que vem
sendo equacionado. “A poluição do ar é um
problema crítico no mundo, em especial em
regiões metropolitanas. É preciso lembrar que
os principais poluentes causam problemas
críticos de saúde e, em elevada concentração,
podem levar à morte”, assegurou.
Em relação à legislação ambiental, explicou
o decreto 8.468, que impunha restrições a
atividades econômicas em áreas saturadas
e sua evolução para o decreto 52.649, que
estabeleceu a possibilidade de compensação
via créditos (do tipo conhecido como cap and
trade). “Os créditos para compensação po-
dem ser gerados pela redução permanente de
emissões, em casos como desativação de cal-
deiras ou troca de combustível, e redução de
emissões de fontes móveis, como os veículos
da frota da empresa”, exemplifcou.
O médico toxicologista Sérgio Graff discorreu
sobre a prevenção e gerenciamento de crises
toxicológicas, que normalmente se trans-
formam em crises corporativas, destacando
que sempre precisam de respostas rápidas,
pois podem afetar a existência da empre-
sa. Mostrou os principais tipos de crises
desse tipo que indústrias de tintas podem
enfrentar, desde acidentes de transporte
até problemas envolvendo o consumidor
fnal, passando por contaminação ambien-
tal, problemas por utilização inadequada
de produto e atuação de grupos de pressão
Dilson Ferreira, presidente executivo da
Abrafati
“A missão que temos pela frente inclui,
por exemplo, dar continuidade ao trabalho
já feito em relação à legislação sobre o
chumbo, eliminando do mercado as tintas
que ainda contêm esse meta”