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das tintas imobiliárias, com a publicação
de mais de duas dezenas de normas ABNT
(NBR) e a revisão posterior de várias delas,
refletindo a evolução do mercado e da
tecnologia. O trabalho de avaliação técnica,
amparado por essas normas, envolveu, nestes
10 anos, a coleta e análise de quase 10 mil
amostras de tintas, sendo realizados mais de
25 mil ensaios de desempenho. São números
muito significativos, que envolvem o moni-
toramento contínuo de dezenas de marcas
de tintas, de fabricantes que participam ou
não do PSQ, permitindo ter um retrato fiel da
situação do mercado.
Também foi determinante o estabelecimen-
to de requisitos mínimos de qualidade para
diferentes níveis de classificação das tintas
(econômicas, standard e premium) e diferen-
tes produtos. Somado a isso está o segundo
grande diferencial dos PSQs: é a empresa que
se qualifica, o que significa que todos os seus
produtos devem atender as normas. Com esse
modelo, não existe a possibilidade de uma
empresa qualificada fabricar produtos que
não atendam aos requisitos mínimos.
Juntamente com a base técnica, foram funda-
mentais, nesse processo evolutivo, as ações de
divulgação e de conscientização dirigidas aos
diversos públicos ligados às tintas, apoiadas
fortemente por um grupo de fornecedores de
matérias-primas comprometidos com a quali-
dade, que aportaram recursos e conhecimen-
tos indispensáveis para o desenvolvimento do
PSQ. Desde o início, foi percebida a necessida-
de de dedicar esforços paramostrar aomerca-
do os benefícios trazidos pelo programa. Isso
segue sendo feito até hoje, por meio das mais
diversas iniciativas, ampliando o conhecimen-
to sobre o programa e o reconhecimento a ele.
REVISTA LOJAS: Quantas empresas
fazem parte do programa? Esse
número tende a aumentar?
GISELE BONFIM:
O número de empresas
participantes quadruplicou desde o início do
programa e continua aumentando, pois há
fabricantes em credenciamento, e recebemos
muitas consultas por parte de outros inte-
ressados em também aderir.Atualmente
25 empresas, que respondem por 85%
do volume total de tintas imobiliárias no
Brasil, fazem parte dele:AkzoNobel,Alessi,
Anjo, Dacar, Eucatex, Futura, Hidracor,
Hidrotintas, Hydronorth, Iquine, Killing, Lei-
nertex, Lukscolor, Luztol, Maza, Montana,
Nacional Arco-Íris, PPG/Renner, Resicolor,
Renner Sayerlack, Sherwin-Williams,
Suvinil, TSA Química, Universo e Verbras.
As empresas participantes contam com
36 fábricas, em 12 Estados, em todas as
regiões do País.
REVISTA LOJAS: Qual é o apoio do
governo no programa?
GISELE BONFIM:
É preciso destacar, em
primeiro lugar, que o PSQ – Tintas Imo-
biliárias, assim como todos os demais
PSQs, faz parte de um programa mais amplo,
desenvolvido pelo Ministério das Cidades: o
PBQP-H – Programa Brasileiro de Qualidade
e Produtividade no Habitat. Portanto, ele é
fruto de uma política governamental, que
estabeleceu os objetivos de melhorar a quali-
dade da habitação e modernizar os métodos
construtivos.
A forma como vem sendo conduzido o PBQP-
-H é fundamental para os resultados que vêm
sendo alcançados. A coerência com os objeti-
vos propostos, o rigor técnico e a boa articula-
ção com as associações representativas e as
cadeias produtivas dos diferentes segmentos
da indústria de materiais de construção são
fatores chave para esse sucesso.
A partir desse programa, a importância da
qualidade ganhou crescente reconhecimento
por parte do governo federal e de governos
estaduais, assim como da Caixa Econômica
Federal, principal órgão de financiamento
imobiliário no País. Com isso, por meio de le-
gislações e políticas públicas, foi restringido
o espaço para a atuação dos fabricantes de
marcas não conformes, que não podem ven-
der suas tintas para programas habitacionais
– como o Minha Casa, Minha Vida ou os da
CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habi-
tacional e Urbano de São Paulo) – e tampouco
podem cadastrá-las para financiamentos a
obras de construção e reformas com o uso do
Cartão BNDES.
Ao mesmo tempo, o Ministério Público e ór-
gãos estatais de defesa do consumidor têm
agido com maior rigor e constância para que
cesse a produção e venda de materiais de
construção – entre os quais as tintas imobiliá-
rias – fora da conformidade técnica. Deve ser
destacado que quatro termos de ajustamento
de conduta (TACs) já foram assinados por fa-
bricantes de tintas que produziam tintas não
conformes, comprometendo-se a não prosse-
guir com essa prática.