Page 16 - 130

Basic HTML Version

16
caracterizadas por maior poder de cobertura, rendimento e durabilidade,
e resistem melhor às intempéries do que as econômicas e, por isso, são
a opção certa para áreas externas. Isso evita o aumento do número de
reclamações pelo uso de tintas econômicas em áreas externas, expostas
a todo tipo de ação climática”, defende o gerente.
Para Franzão, da Sherwin-Williams, o PSQ influencia positivamente o mer-
cado de tintas, independente da categoria, pois só são classificados os
produtos que atendem aos padrões de qualidade definidos pela Abra-
fati. “Quem ganha é o consumidor, que consegue saber exatamente a
categoria do produto que está levando para casa. Sem dúvida, houve
uma mudança no comportamento do consumidor. No início, um pouco
mais lenta, e hoje, após dois anos da norma em vigor, essa informa-
ção é mais clara para todos. O mercado foi rápido em se adequar com
ofertas de tintas standard para ocupar o espaço deixado pelas tintas
econômicas na parte externa e isso ajudou a minimizar os impactos.”
“A forte concorrência, com diversos fabricantes espalhados por todo o
País, exige que o mercado de tintas econômicas continue crescendo. Ou-
tro ponto importante é que a categoria standard  é uma ótima opção para
a classe C, com maior poder aquisitivo hoje, e as tintas econômicas são,
muitas vezes, as únicas opções das outras classes que não veem como
prioridade comprar produtos das categorias standard e premium. À me-
dida que a classe B cresce, as tintas premium também ocupam mais es-
paço nos carrinhos de compra”, salienta o gerente da Sherwin-Williams.
Suyanne Dias Tavares, coordenadora de produto da Hidracor, destaca que
o Programa Setorial de Qualidade vem mostrando resultados muito ex-
pressivos, pois o percentual de tintas imobiliárias que atendem aos requi-
sitos mínimos de qualidade continua crescendo, com isso transparecendo
para o mercado os benefícios trazidos pelo programa. “Hoje, existe clare-
za em relação à qualidade das tintas imobiliárias oferecidas no mercado,
beneficiando fabricantes que investem em desenvolvimento de produtos
cada vez melhores. Isso reduziu muito o espaço de atuação das empresas
sem preocupação com a qualidade, e o maior beneficiado foi o consumi-
dor, que pode comprar tinta de qualidade reconhecida. Houve também
uma aproximação maior entre o governo e as empresas, pois o programa
restringiu o espaço para atuação dos fabricantes de marcas não confor-
mes, não podendo vender suas tintas para programas habitacionais.”
“Essa mudança foi muito significativa em relação à qualidade do produto
que está sendo entregue. Deixa claro para o usuário quais são os pro-
dutos indicados para cada aplicação, estabelecendo que as tintas látex
econômicas são indicadas exclusivamente para pintura em ambientes
internos e que esse tipo de produto não tem desempenho satisfatório
quando aplicado em superfícies expostas às intempéries. Com esta infor-
mação bem definida, o consumidor vai ter suas expectativas atendidas
no que ele espera de cada produto em relação ao ambiente a ser pintado.
Para os fabricantes gerou a necessidade de adaptação das embalagens,
dos materiais de divulgação e promoção, de modo a deixar claro que tin-
tas econômicas são para uso em ambientes internos”, afirma Suyanne.
“Levando em consideração o crescimento das classes socioeconômi-
cas, o consumidor está pagando por produtos de maior valor agregado
e pensando mais em qualidade. Mas o fabricante deve estar ligado às
necessidades e atendê-las de uma forma que não interfira no custo e na
qualidade do produto”, declara a coordenadora de produto da Hidracor.
Para Alex Mineto, gerente técnico da Hydronorth, a implementação
do PSQ é muito importante, tanto para o fabricante como para o con-
sumidor. “Hoje, é possível ver os níveis de qualidade, que chamamos
de econômico, standard e premium, e também relacionar com os pre-
ços que são praticados. Antes da normatização, o mercado de tintas
era muito confuso e o consumidor comprava tinta econômica para
lado exterior por não conhecer a durabilidade e resistência do pro-
duto. Atualmente, com a norma, fica tudo mais fácil. A maior vitó-
ria foi conseguir indicar a tinta econômica apenas para interiores.”
Segundo José Paulo Menezes Sanches, gerente comercial da Killing, to-
dos os programas instituídos pelaAbrafati são vistos com bons olhos por
aqueles fabricantes que respeitam as normas e apoiam as iniciativas da
entidade. “Dessa forma, o consumidor é valorizado e respeitado quan-
do escolhe produtos que seguem essas normas. Essa indicação vem ao
encontro do que o consumidor final procura, ou seja, transparência. Sa-
bemos que uma tinta econômica possui uma qualidade diferente se com-
parada a uma tinta premium. O trabalho junto aos lojistas e revendedores
é fundamental para que haja a indicação correta para o consumidor na
hora da compra.”
Marco Antonio Calisse, químico responsável da Luztol, aponta que a ins-
tituição do Programa de Qualidade coordenado pela Abrafati conseguiu
alcançar um mínimo de qualidade para as tintas econômicas, estimulan-
do as indústrias que ainda não se enquadravam nas exigências a fazerem
esforços para melhorar o seu produto. “Dessa maneira, todos saíram ga-
nhando: as indústrias, que deixaram de ter no portfólio um produto não
adequado, que poderia ser prejudicial para sua imagem, e os consumido-
res, que têm acesso a um produto melhor.”
Ricardo Cappra, coordenador de marketing da Tintas Renner – PPG,
salienta que, de acordo com uma pesquisa do Instituto Data Popu-
lar, a classe C representa 53% da população brasileira. É composta
por 104 milhões de pessoas, sendo que 42 milhões ascenderam nos
últimos 10 anos. É mais rica do que 62% da população mundial. “O
crescimento da classe C pode influenciar no consumo das tintas deco-
rativas econômicas, no sentido de que é um contingente que pesqui-