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Lojas de Tintas
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O princípio de infarto foi a cartada final que Agostinho Silva Filho precisava
para trocar o ramo do mercado de capitais (sistema constituído pelas
 e outras 
) por algo
que proporcionasse contentamento: atuar com construção. Cansado do es-
tresse ocasionado pelo trabalho, abandonou a estabilidade da função e em
80 metros quadrados montou a KFK Tintas, no Imirim (bairro da zona norte de
São Paulo); chamou a filha e começaram o trabalho. “No início tudo era bem
simples. Ele visitava as lojas vizinhas, olhava as marcas com que elas trabalha-
vam e ligava para os fornecedores venderem os produtos. Muitos vendedo-
res ajudaram, ‘coloca isso que vende’”, conta Kelly Roberta Raveli Silva, que
iniciou o empreendimento com o pai. Em pouco tempo, o pequeno espaço
foi trocado por outro maior, funcionários contratados, e os dois outros dois
filhos (Fernando e Karyn), que também compõem o nome da loja, decidiram
entrar para o negócio. Hoje são mais de 20 anos de empresa e 22 funcionários
atuando em uma área de mais de mil metros quadrados.
Atenção ao pintor e aos funcionários
Outro cuidado frequente da equipe da KFK é com os pintores. Diversas vezes
ao ano são oferecidos cursos, palestras e café da manhã para os profissionais.
“Temos muito carinho e atenção com esses profissionais, parceiros tão dedi-
cados e que também indicam muitos clientes para vir à loja. Em outubro, mês
do pintor, fazemos festa com distribuição de vários brindes e sorteios”, conta
Kelly.
Além disso, para manter os funcionários sempre animados e motivados para
atender a esse público tão especial, os donos da KFK apostam em premiações
diárias, semanais e mensais aos vendedores.
Trajetória e estratégias
Alcançar tantos anos de mercado exigiu esforço e dedicação. A família par-
ticipou de vários cursos relacionados à pintura. “Sempre gostei de ouvir o
problema do cliente para achar a solução. Por isso, fiz vários cursos. Quando
o cliente tem alguma dúvida de produto, eu preciso ter a certeza para dar as
explicações, ser precisa no momento de falar sobre aplicação, diluição, prepa-
ração de superfície etc. Um erro que ele tiver devido a alguma coisa que falei,
o cliente não volta na loja”, relata Kelly. “Pode ser dezembro, ou o mês que for,
se tem cursos minha equipe e eu vamos fazer.” Kelly ressalta que a KFK já teve
muitos concorrentes no decorrer dos anos; alguns continuam em atividade,
mas a maioria fechou as portas.
Kelly Roberta Raveli Silva, filha que iniciou o
empreendimento com o pai
Fernando Luis Raveli Silva, Agostinho Silva Filho, Kelly Rober-
ta Raveli Silva e Karyn Alessandra Raveli Silva
“Não tem uma fórmula de sucesso para continuar
enquanto outros não conseguiram, mas, sem dú-
vida, um dos quesitos que nos diferenciam é o
atendimento. Não empurramos nenhum tipo de
produto para o nosso cliente. Escutamos o proble-
ma e, com calma e dedicação, escolhemos juntos
a solução. Às vezes liga algum cliente querendo a
fórmula da tinta que comprou há cinco anos. Pro-
curamos em sistemas, fichas e arquivos até achar.”
Outra forma com a qual a empresa ganhou desta-
que foi a venda por telemarketing. Quem implan-
tou o sistema foi Karyn. Um dos clientes fortes são
as produtoras de filmes, ou seja, grandes parceiros,
mas que necessitam de atendimento diferenciado.
“É comum o pessoal das produtoras trabalharem de
madrugada, então várias vezes meu celular tocava,
com algum publicitário solicitando tinta”, afirma ela.
“Claro que atendíamos.”
Depois vieram as escolas, hospitais, construtoras,
entre outros.“Desde então, nunca paramos de aten-
der grandes projetos. No Tietê Plaza Shopping, inau-
gurado recentemente, nós fornecemos a tinta para
a pintura de muitas lojas. Um lojista comenta com o
outro e, de repente, estamos fornecendo para pra-
ticamente todos”, conta a filha.A empresária Kelly
finaliza dizendo que o pai é muito feliz na decisão
que tomou em trocar de ramo, mas que a satisfação
é de fato completa ao ver todos os filhos trabalhan-
do juntos e fazendo o que gostam.