Coral Mulheres na Cor lança segunda turma do programa social em São Paulo, dessa vez no bairro Rio Bonito
Um programa vivo de treinamentos de mulheres em situação de vulnerabilidade para formá-las como pintoras decorativas profissionais. Assim pode ser descrito o projeto idealizado pela AkzoNobel, por meio de sua marca de pintura decorativa Coral, que reúne diversas empresas para transformar histórias femininas por meio da capacitação. Mais do que melhores oportunidades de trabalho, o Coral Mulheres na Cor busca levar autoestima e autonomia a esse grupo, aspirando ter efeito multiplicador e inspirador na comunidade em que as participantes vivem. E para esta nova edição do programa, 16 mulheres do bairro Rio Bonito, localizado na Zona Sul de São Paulo serão treinadas. O curso presencial, com início no dia 20 de junho, tem previsão de formação completa no mês de outubro de 2023.
“A primeira turma do Coral Mulheres na Cor foi um sucesso, com 10 mulheres formadas no último mês de outubro já trabalhando com carteira assinada e duas atuando de forma autônoma. Temos recebido muitos feedbacks positivos dos empregadores e as mulheres também estão muito satisfeitas”, conta Elaine Poço, diretora de Pesquisa & Desenvolvimento e Sustentabilidade da AkzoNobel para a América Latina. “Esperamos continuar transformando as vidas de mulheres em situação de vulnerabilidade por meio da capacitação, fazendo da pintura um ofício que pode contribuir para melhorar a condição social delas, e também colaborar para uma maior autoestima das participantes. Paralelamente, buscamos a equidade de gênero aumentando a representatividade feminina no setor da construção civil e pintura profissional”, completa.
Um mercado a ser ocupado pelas pintoras
Pesquisas mostram o quanto as mulheres precisam transpor obstáculos no mercado de trabalho, o que corrobora a importância de iniciativas como essa. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a maioria dos domicílios no Brasil é chefiada por mulheres. Dos 75 milhões de lares, 50,8% têm liderança feminina, o correspondente a 38,1 milhões de famílias. Além disso, a maternidade solo é realidade para muitas mulheres: o Brasil tem mais de 11 milhões de mães inteiramente responsáveis pela criação dos filhos. No entanto, o estudo revela que a taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2023 entre elas ficou em 10,8%, enquanto entre os homens o índice foi de 7,2%. No segmento de pintura, a participação feminina também é sub-representada. De acordo com pesquisa realizada pela Abrapp, Associação Brasileira de Pintores Profissionais, as mulheres são menos de 10% dos membros da entidade.
Para ajudar a mudar essa realidade é que a AkzoNobel, por meio da sua marca Coral, buscou empresas que compartilham de seu propósito de ser agente de inclusão e transformação social por meio da sustentabilidade. O SENAI-SP, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, é o parceiro de ensino do Coral Mulheres na Cor. Os parceiros financeiros são CASACOR e Dow, além da AkzoNobel/Coral. Os parceiros de ferramentas são Condor e Vonder; e os de empregabilidade, Atala Engenharia e Abrapp (Associação Brasileira dos Pintores Profissionais). A Organização Aldeias Infantis SOS é a parceira para relacionamento com as participantes.
“É maravilhoso estar nesse ramo. Espero que mais mulheres se encorajem para sair da zona de conforto e entrem nessa área, porque, sim, vale muito a pena trabalhar com pintura. Nós, mulheres, aguentamos carregar uma lata de tinta, equipamentos e fazer nosso trabalho lindo e perfeito e ainda deixar tudo impecável no final!”, conta, com entusiasmo, a pintora Thainara Diana, participante da primeira turma do Coral Mulheres na Cor. Mãe de três filhos entre 4 e 9 anos, a moradora de Paraisópolis que ganhava a vida como manicure, hoje é funcionária da Atala Engenharia. “Eu me sentia desanimada, cansada de mandar currículo e não obter resposta, de ir a algumas entrevistas e não ter retorno algum. Como manicure não era algo fixo, às vezes trabalhava doze horas para conseguir mais clientes. Agora tenho um horário de trabalho em que consigo ter mais tempo com meus filhos, cuidar da casa e ainda cuidar de mim”, afirma a pintora.
Entre os critérios de seleção do Coral Mulheres na Cor estão mulheres maiores de 18 anos, com escolaridade mínima do 4º ano do Ensino Fundamental, desempregadas ou com renda de até um salário-mínimo, chefes de família com dependentes em idade escolar.
Novas perspectivas
Nesta segunda edição, a seleção das participantes foi realizada em Rio Bonito, bairro situado na Zona Sul de São Paulo. De acordo com o Mapa da Desigualdade de São Paulo 2022, o bairro está localizado em uma região muito vulnerável, com índice expressivo de população em situação de rua e caracterizado pela pobreza extrema e vínculos familiares fragilizados. É uma área que possui uma grande concentração de assentamentos informais, moradia inadequada, falta de saneamento básico e casas em áreas de risco. Dessa forma, o projeto Mulheres na Cor pode trazer oportunidades e novos horizontes para essas mulheres, que muitas vezes são chefes de família e se encontram em situação de vulnerabilidade.
Programação
Durante quinze semanas, as mulheres selecionadas receberão um curso completo com conhecimento 360º sobre pintura, totalizando mais de 220 horas. Elas começarão o Curso de Formação de Pintor de Obra, no SENAI Tatuapé. O projeto ainda agrega palestras, rodas de conversa, mentorias e especializações promovidas pelas empresas parceiras. Além disso, terão 16 horas de um programa focado no desenvolvimento das chamadas ‘soft skills’, importantes para a inserção no mercado de trabalho, e seminários para construírem a sua visão de futuro. Também serão oferecidos pela Academia Coral, plataforma de treinamentos online e presencial da marca, cursos de especialização em pintura na unidade da AkzoNobel em Mauá, totalizando 40 horas, treinamento que inclui conhecimento teórico e prático sobre cores e tendências, equipamentos e produtos, aplicação de efeitos decorativos e tecnologias, entre outros temas.
As aprendizes também irão contar, ainda, com o suporte de duas madrinhas: Taciela Gomes e Valéria Cristina de Oliveira (conhecida como "Lela OL"), pintoras profissionais experientes que acompanharão de perto essa caminhada de aprendizagem das participantes, compartilhando dicas, boas práticas e sanando dúvidas.
No decorrer do curso, as participantes receberão bolsa-auxílio, transporte, alimentação, uniforme e EPIs custeados pelas companhias apoiadoras. Além disso, todas as formandas ganharão um kit de ferramentas manuais e elétricas, especialmente significativo para as que decidirem seguir a jornada profissional como autônomas, com suporte para criar seus perfis e se juntarem à chamada Páginas Coloridas, plataforma digital que conecta consumidores que estão na jornada de pintura à pintores de qualidade e confiança indicados pela Coral.
As mulheres também terão oportunidade de realizar entrevistas junto aos parceiros de empregabilidade para uma possível recolocação no mercado, em empresas de construção civil, reformas ou pintura, abrindo um novo leque de possibilidades na vida dessas mulheres.
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