Revista Lojas de Tintas - Edição 153 - page 50

ARTIGO
Lojas de Tintas
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*Por CaioCamargo
Beacons: tudooque
você precisa saber
Já imaginou vocêoferecer ao seu clienteumaofertadoprodutoque faltapara concluir a tão
sonhada reforma da casa? A tinta na cor certa ou uma alternativa de textura que atenda a
sua necessidade? Sim, isso já é algo estudado pelomercado graças aos chamados beacons.
Seháumassuntoqueestámaisemvogadoquenuncaquando falamosde tecnologiasparao
varejo, nadaatraimais curiosidadeeprobabilidadesdeaplicaçãodoqueosbeacons.
Mas oqueéobeacon? Para alguémque for completamente leigoem tecnologia, entendao
beacon comouma “antena”, capaz de auxiliar nadetecçãoe comunicaçãoentredispositivos
móveis.Obeaconnãocarreganenhumsoftwareedevesercompreendidocomoum interme-
diárioentreos aplicativosmóveis eosprodutosoua lojaem si.
A outramaneira de falar sobre o assunto é entender que o beacon possibilita que os apa-
relhos móveis (celulares e tablets) funcionem como uma etiqueta RFID, possibilitando, não
somentedetectar apresença, como realmente “identificar”ousuário, deacordo coma com-
plexidadedo softwareenvolvidoparaa comunicaçãoouoappque seráutilizado.
Para que o assunto seja realmente adotado pelomercado, ainda há várias questões que va-
rejistas, indústrias, shoppingcentersedemaisempresasprecisamde respostas. Sãoquestões
que se encontram em aberto no momento e, provavelmente, somente o tempo mostrará
qual seráamelhor soluçãoparaoproblema.
Para que uma solução que utilize beacons funcione nosmoldes que vem sendo apresentada,
não somenteapresentandoprodutosoupromoções,masque tambémpossaentenderalguma
informaçãodousuário, énecessária a criaçãodeum aplicativo (app). Issopossibilita, uma vez
queo softwareé instaladoemum celular, tablet ououtrodispositivo, queo consumidor “acei-
te” ser identificado no ponto de venda. São os famosos contratos de uso ou o simplesmente
“concordo”queassinalamosao instalarqualquer softwareouatualização.Para ilustrar, imagine
que uma rede de lojas dematerial de construção lance um aplicativo que, além demostrar
informações sobreos produtos, lhepermita se conectar com redes sociais, seja para convidar
amigos a participar damesma experiência, seja para avaliar produtos e promoções. Todas as
informaçõespoderão ser colhidasafimde seentendermelhoros consumidoresdamarca.
Outro uso bastante interessante seria para se avaliar áreas quentes (ou hotzones) da loja.
Uma vez que eu consigo capturar um cliente assim que ele entra naminha loja, também é
possível entender, cliente a cliente, quais são os caminhos epercursos quandoesteentrana
lojaedurante todo seuprocessode compra, fornecendo informações essenciais paraas áreas
demarketing,merchandising, arquitetura e atémesmo vendas, possibilitandoummelhor en-
tendimento sobreo corretoposicionamentode vendedores ouequipes deatendimento. Sai o
achismo, entramas informações.
Entretanto, paraque tudo isso funcioneaindaexisteumagrandebarreira, opróprioBluetoo-
th. Emborauma tecnologia jáconsolidada,paraqueobeacondetectequeumdispositivoque
contenhaoaplicativoentrouna loja, énecessárioqueessedispositivoestejacomoBluetooth
ativado, oquehojeé raronamaioriados casos, dadoo consumodeenergiadeste.
Mas será que a comunicação via Bluetooth é a única solução? Com tanta gente disponibili-
zando sinais de wi-fi, nada poderia ser criado nesse sentido? Pode, mas é preciso ainda se
avançar muito sobre o tema. O que se tem hoje apresenta desde problemas de precisão a
outros ligados à comunicaçãoentreaparelhos e servidores.
É possível detectar alguém que es-
teja utilizando um sinal de wi-fi,
desdequesejada loja,marcaoues-
paço. Isso traz dois problemas. No
primeiro, de fato, vai depender da
qualidadedebandaque vocêofere-
ce e se é ou não uma vantagem ao
consumidor adotar o seu sinal para
navegar, sabendo que, principal-
mente, seestiver emum local como
um shoppingcenter, queo seu sinal,
por vezes, será eficiente somente
nas dependências de sua loja e não
noperíodocompletodoconsumidor
no centro de compras. Nesse caso,
talvez o cliente tenha preferência
pela redequecobre todooshopping
doque somente sua loja.
De outra maneira, um segundo
problema é que todos nós, como
consumidores, esperamos que a
qualidade de serviços de internet e
a acessibilidade a esses sejam cada
vezmelhores e que, cada vezmais,
aspessoaspossam contar com seus
próprios sinais, ao invés de depen-
der de terceiros.
Ainda não é certo como veremos
essa questão dos beacons nos pró-
ximos anos. O certoéqueelaainda
farápartedeum cotidianode com-
pras que ainda não vivemos, e sua
aplicabilidade ainda está sendo de-
senhada, o que permite uma série
denovaspossibilidades.
Mas, em temposondebuscar seco-
municar com o consumidor é cada
vez mais essencial, sairá na frente
quem conseguir entender primeiro.
Quando todos estiverem usando,
já não será vantagem competitiva,
seráessencial.
CaioCamargo, diretor de relações
institucionaisdaVirtual Gate
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