Revista Lojas de Tintas - Edição 146 - page 29

Lojas de Tintas
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Atintaalto sólidos temopreçodiferenciado,mas, quando soma-
do todooprocessodapintura, o investimento tem retorno. Fazer
a conta somente do preço final do produto é uma comparação
injusta. “Paraconsumidoresqueaindapossam terdúvidasquanto
às vantagens e os custos de utilizar um produto de alto sólidos,
amelhor estratégia é realizar treinamentos com demonstrações
práticas, comparando os produtos tradicionais com os demaior
teorde sólidos”, contaÂngeladeNegreiros, gerentedemarketing
de repinturae indústriadaAxaltanoBrasil.
Ângelacompletadizendoque,dessa forma,opintorconsegueob-
servar queos produtos com alto teor de sólidos, seutilizados de
maneira correta, sãomais produtivos queos tradicionais. “Nosso
conselho équeos clientes não avaliemo valor doproduto consi-
derando somenteopreço,mas simo custobenefíciodoproduto
aplicado”, afirmaagerente.
Para Renato de Souza Freitas, analista de comunicação da She-
rwin-Williams DivisãoAutomotiva, é precisonotar que atinta de
alto sólidos trouxe aomercado a possibilidade da repinturamais
rápida e menos agressiva ao meio ambiente e ao pintor. “Além
de emitir uma quantidade menor de composto orgânico volátil
(VOC) para a atmosfera, as tintas alto sólidos proporcionam, em
geral, rendimento 30% superior que as demédio sólidos. Dentre
as diversas vantagens das tintas de alto sólidos, podemos desta-
car: maior poder de cobertura - commenor quantidade de tinta
de alto sólidos, pode-se pintar amesma área que as tintas tra-
dicionais; menor emissão de solventes - como se utilizamenor
quantidade de tinta, a quantidade de solvente evaporado du-
ranteapintura tambémémenor;maior ganhode tempo - ome-
nor númerodepassadas otimizao tempoe, assim, serápossível
pintar umnúmeromaior depeças;melhor custobenefício - com
menor quantidade de tinta emenos tempo de trabalho, omes-
mo profissional poderá trabalhar emmaior número de veículos
commais rapidez; maior qualidade do trabalho - o emprego de
produtos de alto sólidos proporcionamais rapidez, menor nível
de retrabalhoemais produtividade.”
Mesmo com tantas vantagens, Freitas acredita que, em função
da cultura de utilização de tintas já estabelecida, das dificulda-
des econômicas e das oscilações do mercado brasileiro, muitas
empresas fabricantes tendem a focar seus esforços no segmento
tradicional de tintas, “deixando em segundo plano o desenvolvi-
mentoda tecnologiadetintas alto sólido, queainda temumape-
quenaparceladeusoeprocuranoBrasil”.
Futuro esperado
ParaWeslley Ruiz da Silva, coordenador técnico de repintura da
BASF, o segmentoautomotivodetintasalto sólidosestáem cons-
tante crescimento. “Isso acontece por conta da necessidade que
o setorde reparaçãoautomotiva tempor alternativasque tragam
performancesmais eficientes. O crescimentoesperadopara esse
mercadoéde3%a4%aoanonospróximos anos.”
ASkylack temperspectivadeumcrescimentosignificativonomer-
cadode complemetosalto sólidos, tendoemvistao investimento
que todas as empresas do setor estão fazendo para apresentar
aos consumidores os benefícios deste tipo de produto, como o
seu rendimento, por exemplo.
Introdução eaceitação
Rodrigo Soares, coordenador de produtos Sikkens (marca da Ak-
zoNobel), eSandro Lemos, gerentede segmentodemercado, en-
xergam no segmento premium o uso de tinta alto sólidos, que
começa a se desenvolver em outros mercados. “No segmento
tradicional, ainda énecessário conscientizar os profissionais para
que conheçam todos os benefícios e atributos de trabalhar com
esse tipo de sistema. Parte domercado ainda não reconhece os
benefíciosqueum sistemacommaior tecnologiapodeproporcio-
nar, olhando somenteopreçodoprodutoenãoo rendimento. A
frotadecarrosestácadavezmaisnovaeoconsumidorfinal, cada
vezmaisexigente, contribuindo, assim, paraadecisãopor produ-
tos demelhor qualidade”, conta Lemos. Já o gerente geral para
repinturaautomotivadaPPG Industriesparaa regiãoSul daAmé-
rica Latina, Luiz Claudio Costa, alerta que existemmuitos produ-
tos intitulados como alto sólidos quenãoentregamos benefícios
de forma adequada, por não ter esta característica efetivamente
em sua formulação. “O profissional deve estar atento, principal-
mente no que diz respeito a produtos de preço baixo que pro-
metemmuitos benefícios. Uma regulamentação seria necessária
paramelhor definição de padrões claros emaior esclarecimento
dosprofissionais.”
Por ser uma tecnologia relativamente nova no Brasil, alguns pin-
tores automotivos têmdúvidas na utilizaçãodoproduto. Ricardo
de Araújo Pedro, responsável pela linha automotiva da Brasilux
Tintas, não acredita que o processo de aplicação sejamais com-
plicado ou trabalhoso, entretanto diferente. “Não que sejamais
difícil, porém requerumpoucomaisdeatençãoporpartedopro-
fissional. Algumas características do alto sólidos não podem ser
ignoradasnaaplicação.”
Reinaldo Richter, diretor superintendente daWEG Tintas, crê ser
preciso que o profissional que usa tinta tenha uma quebra de
paradigmas na sua utilização. “Por exemplo: no sistema tradicio-
nal, parapintar umapeça comoum capô, normalmente, se gasta
de quatro a cinco demãos de tinta e pelomenos três de verniz
bicomponente, que normalmente vai precisar de 24 horas para
polimento emontagem; no processo com alta tecnologia, o con-
sumoeo tempo vão cair nomínimopelametade,mas, paraeste
resultado chegar a contento é necessário treinar o profissional e
omesmo temqueestar acessível para talmudança também.” Ele
mencionaque todamudança tem tempodematuração. “Imagine
umpilotode kart que corre há cinco anos, de repente entrar em
um carro de Fórmula 1, também é difícil no começo, mas depois
queeleaprende, pergunte seelequer voltar?”, brincaRichter.
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