Revista Lojas de Tintas - Edição 146 - page 39

Lojas de Tintas
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O assunto sustentabilidade não é
recente no País, tampouco está em
estágiomaduro. O Brasil está em de-
senvolvimento com o tema em vários
setores, inclusive no ramo de tintas,
pois não há uma legislação dizendo
quais são os padrões ideais de com-
postos orgânicos voláteis, represen-
tados pela sigla em inglês VOC. O ter-
mo VOC refere-se ao nível do teor de
solventes orgânicos voláteis contidos
em vários produtos, inclusivenatinta.
Quando o produto contém altos índi-
ces deVOC, pode causar irritaçãonos
olhos ena gargantadequemomanu-
seia ou fica no ambiente. Os efeitos
são sentidos commais facilidade em
ambientes fechados.
Alémde prejudicar a saúde, odescar-
te incorreto da tinta pode também
poluir a água. LuyneMoraes, gerente
demarketing da Real, explica como o
VOCagenaatmosferadoplaneta: “Es-
tes solventes são compostos químicos
orgânicos que reagem comoxigênio e
óxidosdaatmosferaempresençade calor e radiaçãoda luz solar,
produzindoozônio.”
Trabalhodos fabricantes
Mesmo ainda não existindo legislação sobre o tema, as empre-
sas têm ciência que é questão de tempo até vir uma revolução
nomercado, por isso, diversas companhias já investem em pro-
dutos menos agressivos ao meio ambiente. Uma das opções é
justamente a tinta de baixoVOC. “Existe uma forte tendência na
indústria mundial de tintas, que é justamente a de diminuir as
emissões de compostos orgânicos voláteis. Nos EstadosUnidos e
naEuropa,essapreocupaçãocomomeioambienteecomaquan-
tidadede solventesemitidosnaatmosferadiariamenteduranteo
processodapintura jáéantiga. Eagoraestáemestudo, noBrasil,
a implantaçãodeuma legislaçãonesse sentido, e a Futura Tintas
jáestácomprometidacomessa tendência”, destacaCésar Santos,
químicodaempresa.
Mesmonão tendouma regra clara sobre aquantidadeexataque
atintadeveconterdeVOC, háalgunsanos jáépossível encontrar
nomercado diversas opções de tintas menos prejudiciais, como
àbasede água, baixoVOC, green, sem cheiro, entreoutras. “Du-
rantedécadas, asempresassepreocuparamcomqualidadee ino-
vação e acabaram se descuidando das consequências que certas
mudanças poderiam ocasionar à natureza e à saúde das pessoas
eanimais”, lembraFabioGomes, gerente regional daSinteplast.
Como tempo, asempresas foram seconscientizandoe foramgra-
dativamenteevoluindonapreocupaçãoecológica, semprejudicar
odesempenho. Emdiversos setores daeconomiao tema susten-
tabilidade está presente. As tintas não poderiam caminhar em
outradireção, atéporquegrandeparteapresentava, em suacom-
posição, os chamados compostos
orgânicos voláteis em níveis insa-
tisfatórios, além da presença de
metais pesados e odores fortes,
declara Bruno Azambuja, diretor
da Sinteplast. Leandro Galuschka,
gerente técnico da PPG, observa
que muitos concorrentes infor-
mam na embalagem que a tinta
é dei baixo VOC, que é ecológica,
amiga da natureza e que atende
ao Leadership in Energy and Envi-
ronmental Design (LEED). “Porém,
tudo issonão significaque a apre-
senta zero VOC. Já o nosso pro-
duto é avaliado por laboratórios
terceiros, que utilizam as normas
mais críticas e confirmam que a
TintaAcrílica Ecológica é realmen-
te zero VOC, sem utilizar normas
menos críticas que não conside-
ram alguns tipos de compostos
orgânicos voláteis.”
A indústria de tintas vem buscan-
do reduzir a geração de VOC, e
tem realizado fortes investimentos na pesquisa e no desenvolvi-
mento de tecnologias e soluções voltadas à diminuição do uso
de solventes orgânicos em tintas, substituindo-os por solventes
maisamenosouágua.Amudança tambéméboaparaaempresa,
como contaMauroPorto, gerentedeprodutoda Suvinil. “Conse-
guimosenxergaros resultadosdesseesforço jáqueatualmenteos
produtosbaseágua já sãopadrãonomercado.”
Fomentodo setor
É fato que muitos profissionais da pintura ainda têm certo pre-
conceito com o produto, mas, conforme a conscientização é fei-
ta, mais espaço e força o produto ganha. Para Gregorio Bastos
Alencar, coordenador de produtos das Tintas Eucatex, conscien-
tizar os consumidores e especificadores é omelhor caminho. “É
importantequeosprofissionaissaibamda importânciaemutilizar
produtosque causemmenor impacto.”
EginaldoFranzão, gerentedeprodutoda linha imobiliáriadaShe-
rwin-Williams, concordaeavaliaqueomaiordesafioéconquistar
o consumidor em relação àdurabilidadedatinta combaixoVOC.
“Hoje, a tecnologiapermitequeessesprodutos tenhamamesma
qualidade que as tintas à base de solvente. Outro desafio que o
mercado ainda enfrenta é como fazer o consumidor entender o
que, de fato, obaixoVOC ajudanaqualidadedo ar interno, além
deoferecermenor odor duranteeapós aaplicação.”
Como alguns profissionais ainda não utilizam as tintas de baixo
VOC, háespaçoparaoproduto crescer. Henrique Striker, gerente
de marketing de produtos da Tintas Coral, acredita ser possível
melhorar no que tange à participação desses produtos nomer-
cadonacional. “AparticipaçãodeprodutosdebaixoVOCnomer-
cado de tintas brasileiro ainda é pequena, pois, além de ser um
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