Revista Lojas de Tintas - Edição 159 - page 9

Lojas de Tintas
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passouparapermanecerdurante tantosanosnomercado. Viven-
cioumuitas adversidades: confisco da era Collor, que teve como
consequênciao fechamentodeduasoutras lojas; rompimentode
sociedade; a queda nas vendas da linha automotiva, entremui-
tas outras dificuldades superadas. Lopes Neto lembra que, há
20 anos, a linha automotiva representava 70% do faturamento,
e a linha imobiliária, 20%. Atendia emmédia 40 concessionárias
em São Paulo. “Conforme as concessionárias foram adquirindo
as máquinas tintométricas, as vendas seguiam em declínio.” A
Tintas Lopes precisou reinventar-se para continuar no mercado
edecidiu investirna linha imobiliária, oquedeu certo. Tantoque,
atualmente, o faturamento éo inverso, eo segmento imobiliário
representamaisdametadedas vendas.
ANOVA TINTAS LOPES
Lopes Neto vivenciou a transição do automotivo para o imobiliá-
riocomo funcionário, poisnaépocanãotinhaparteda loja. “Meu
tioeomeupai herdarama lojadomeuavô. Eu fui funcionáriopor
28anos, atéqueosdoisdecidiramparar em2011 comonegócio,
porque estavam cansados. Foi entãoque resolvi comprar a razão
social.” Os primeiros anos foram árduos, pois, além das despe-
sas diárias doestabelecimento, precisavapagar os parentes,mas
lembra, comgratidão, aajudadealguns fabricantesdetintaspara
atravessaraqueleperíodo. “Tantoesforçoe investimentovaleram
a pena. Quando iniciei, o estoque era de R$ 30mil; já, no último
inventário, estava comquaseR$600mil e70%pago.”
Máquina registradorautilizadadesdeo iníciodaTintas Lopes
Assim que a Tintas Lopes pegou fôlego na nova gestão, Lopes
Neto teveemmenteque a lojadevia ser conhecida como antiga,
mas não como velha. Para issonão acontecer, elediz ficar atento
às transformações domercado. Assim que adquiriu a Tintas Lo-
pes, eleeofilho, Rodrigo França Lopes, perceberamqueadispo-
siçãodoestabelecimentopoderiamelhorar, tornandooambiente
mais receptivo,então trocaramaposiçãodosbalcões,dandomais
espaço aos clientes. Financeiramente, a alteração não foi signifi-
cativa,mas gerou repercussão. “Amudança foi algo simples,mas
os resultados foramótimos. Deumais visibilidade. Houve clientes
que entravam na loja e falavam ‘moro no bairro há anos e não
sabiadevocês”’, contaRodrigoFrança.
Desdeaaquisiçãoda lojaatéhoje, LopesNetomostrouquepreci-
sou reinventar-se, eomais recentegrandedesafioaconteceunos
últimos dois anos, pois o bairro do Cambuci vem passando por
transformações. A região eramista, com áreas comerciais e resi-
denciais,mas diversas empresas estãodeixandoobairro;muitas
das quais, clientes da Lopes. Com amudança geográfica, ele e o
filhodecidiram investir nos novos empreendimentos imobiliários
que estão surgindo ali. “Quando percebemos que um condomí-
nio será entregue, distribuímos folder da loja, conversamos com
o síndico, com o zelador e com os moradores, esclarecendo os
diferenciaisda loja, tendooobjetivodeque, no futuro, venhama
ser nossos clientes.”
O INÍCIODA TINTAS LOPES
AhistóriadaTintasLopescomeçouquandoFranciscoMariaLopes
chegou de Portugal ao Brasil. Ele trabalhou como ajudante geral
emuma lojadematerial de construçãoe, depois de alguns anos,
pediudemissão. Nomês seguinte, após sair desse trabalho, inau-
gurou a Tintas Lopes, naPraçada Sé, no centroda cidadede São
Paulo. A loja era frequentada por renomados pintores da época.
Como exemplos, o artista plásticoAlfredoVolpi e opintor Roque
Montesano, que tempos depois fundou sua própria empresa de
tintas, hojepertencenteaoGrupoAkzoNobel.
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